Refiro-me
ao que aconteceu no dia 20: de tarde, o Refado, no Auditório Senhora da Boa
Nova, na Galiza (S. Joao do Estoril); e, à noite, na Praça Cidade Vitória,
frente ao edifício-sede da União de Freguesias Cascais e Estoril, em Cascais,
este por iniciativa do grupo cascalense Cantares de Terra; e, a 29, depois de actuações
em vários locais de Lisboa e de Cascais, o concerto de gala, no Salão Preto e Prata
do Casino Estoril, no âmbito da iniciativa IFCM – World Choral Expo.
Refado
O nome propõe que
se reconheça nessa sessão a angariação
de fundos para a Refood, organização
que, como o nome indica, visa, em regime de voluntariado, aproveitar as comidas
sobrantes das refeições nos restaurantes, a fim de, devidamente acondicionadas,
serem distribuídas pelas famílias necessitadas a que a organização presta apoio.
Dir-se-á,
desde logo, que, a exemplo das sessões anteriores com o mesmo fim e idênticas características,
o auditório acabou por se transformar numa imensa casa de fados. Ambiente
descontraído, quase familiar, adjectivo que, na presente edição, tem todo o sentido, porque, em subtítulo, se
escreveu «concerto solidário das famílias fadistas». Na verdade, cada fadista
cantava dois fados e associava-se, no terceiro, ao membro da família que trouxera
consigo.
Assim,
com exímia apresentação dos
consagrados Diamantina Rodrigues (que ao trauteando os fados e que não deixou
de, também ela, dar um ar da sua graça) e Carlos Alberto Moniz, desfilaram pelo
palco do Boa Nova – como poderá ver-se pelas fotos que, embora não profissionais,
ilustram esta nota:
–
Mico e o irmão Gonçalo da Câmara Pereira;
–
Tânia Oleiro e a mãe Maria do Céu Crispim;
–
José da Câmara e a irmã Teresa da Câmara Fonseca;
–
Salvador Taborda;
–
a veterana Teresa Siqueira e o filho Rodrigo Rebelo de Andrade;
–
António Pinto Basto e o filho Gustavo (que potente voz, a deste jovem!).
Eximiamente acompanhados (que delícia ouvi-los,
mormente na maravilha que foi a guitarrada com que nos brindaram a abrir a 2ª
parte!), Diogo Lucena e Quadros (que brilhante ele foi, à guitarra, que to bem a
trata por tu!...), Jaime Santos, à viola (também ele, um mestre!), e Francisco
Gaspar, na viola baixo (naquele acompanhamento discreto mas essencial).
Foi
tarde, mas pareceu-nos noite serena, reconfortante. Já o sol se pusera quando
saímos, não sem antes – foi, aliás, após o intervalo – termos ouvido os apresentadores
entrevistarem Hunter Halde, o visionário de fato branco e chapéu de feltro
branco também (a sua ‘imagem de marca’!...),
que, partir de 9 de Março de 2011, começou a recolher comida, em Lisboa, e a
entregá-la a quem precisava, montado numa bicicleta…
Hoje,
a distribuição está bem organizada e
todos quantos quiserem apoiar a Refood Cascais podem fazê-lo das mais variadas
formas, designadamente oferecendo-se em regime de voluntariado. Contactos: refood.cascais@gmail.com e tel. 938
408 919.
Os apresentadores: Carlos Alberto Moniz e Diamantina Rodrigues |
Diogo Lucena e Quadros, na guitarra portuguesa |
Jaime Santos, na viola de fado |
Francisco Gaspar, na viola baixo |
A entrevista a Hunter Halde |
VIII Encontro de Música Popular
A
partir das 21.30 horas, nesse mesmo sábado, 20, a 8ª edição desta série que visa dar a conhecer trechos da
música portuguesa que entraram no ouvido de todos e que, por isso, os poderemos
chamar de «populares». Dir-se-á que o «Pica do 7», do António Zambujo, é moda
de agora e ainda não ganhou foros de ser popular; pois que me parece que não,
uma vez que tamanho êxito entrou pela casa de toda a gente, que o sabe trautear
a preceito.
Singular
iniciativa esta, dos Cantares da Terra, sempre numa noite de Verão, a alegrar o
ambiente, no largo da Câmara ou, como foi este ano, no da Junta, uma vez que
tem o patrocínio de ambas as entidades – e ainda bem!
Faltou,
por dificuldades logísticas, o segundo grupo convidado, Sons do Tempo, que deveria vir da Covilhã (e as antigas scuts continuam a ter de ser pagas a bom
preço…); veio, de Canhas, junto à Figueira da Foz, o Emcantos, que nos
encantou, também pela sua boa disposição
e jovialidade. A finalizar, o grupo anfitrião, que sempre nos regala com originais
arranjos saídos do saber e inspiração
da Marta Garrido. O grupo está remoçado, os naipes bem dispostos e afinados e
uma pessoa estaria a ouvi-los até mais não, não fosse haver por ali uma senhora
que quer que tudo acabe às 23, porque ela é a essa hora que, inevitavelmente,
abre o estaminé com jaze a querer encher a praça toda!...
Um
serão deveras agradável, com público atento, contagiado pelos ritmos alegres
das nossas canções. E não hesitaram alguns dos estrangeiros passantes a ensaiar
o seu pezinho de dança, pois então! Que a música convidava mesmo!
Actuação do grupo Emcantos, de Canhas (Figueira da Foz) |
Instantâneo da actuação dos Cantares da Terra |
Instantâneo do público |
Outro instantâneo da actuação dos Cantares da Terra |
O festival de coros
Deslumbrante o que
nos foi dado assistir no dia 29. Aquelas crianças e jovens encantaram-nos, não
apenas pelo reportório apresentado, mas sobretudo pela sua entrega bem humorada
e compenetrada ao que nos estavam a mostrar, com um saber extraordinário, pois
que ao canto se aliou sempre uma bem agradável coreografia, servida por trajes
típicos de cada país.
Pelo
palco passaram o Lily’Children’s Choir, da China; o Qatar Youth Choir; o Moran
Children’s Choir, de Israel; o Coro Juvenil de Lisboa; o Cantemus Children’s
Choir, da Hungria (que garridas eram as vestes!); e o Indonesia Youth Choir (excelente
coreografia!). No final, em jeito de «combined Repertoire» todos os coros
vieram para palco e todos cantaram, sucessivamente, temas típicos da China, do
Qatar, de Israel, de Portugal, da Hungria e da Indonésia. Um encanto!
No
dia 29 foi uma das galas; contudo, desde 28 a 31 de Julho, diversas salas, em Cascais e
em Lisboa, acolheram actuações ímpares dos coros, no âmbito desta World Choral
Expo, organizada pela primeira vez em Portugal, sob a superintendência da IFCM,
a Federação Internacional de Música
Coral.
Que
venham mais vezes, pois estou certo de que, desta sorte, novo impulso ganharão
os grupos corais do nosso país!
José d’Encarnação
P. S.: As fotos do espectáculo no Casino forma gentilmente cedidas pelo Gabinete de Imprensa da Sociedade Estoril-Sol. Bem hajam!
P. S.: As fotos do espectáculo no Casino forma gentilmente cedidas pelo Gabinete de Imprensa da Sociedade Estoril-Sol. Bem hajam!
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