Uma das drásticas
medidas impostas pelos Indonésios aquando da ocupação
de Timor foi a total abolição da
Língua Portuguesa, com as consequências que, ainda hoje, estamos a sentir,
embora Xanana Gusmão e seus partidários, educados como haviam sido nas escolas
portuguesas, tenham determinado, sem hesitação,
que seria o Português a língua oficial de Timor Leste.
Já não nos causa
impressão ver, em Bruxelas, tudo escrito em francês e em flamengo, ainda que
seja quase ridículo que, na zona flamenga, alguém nos responda «não compreendo»
só porque estamos a falar-lhe em francês…
Conhecida a longa tradição de luta pela autonomia, também não nos admira
que, no aeroporto de Barcelona, se leia uma placa trilingue: em catalão, em
inglês e só em terceiro lugar venha o castelhano.
Fig. 1 - Placa em Miranda do Douro |
E encontramos placas
toponímicas bilingues nas várias províncias espanholas, na Irlanda, no País de
Gales, inclusive em Miranda do Douro!… E aqui (Fig. 1) com o pormenor de, mui
significativamente, ser o mirandês que vem em primeiro lugar!
Placa toponímica dupla em Toulouse |
Já nos poderá causar
mais estranheza ao saber que, em Toulouse, os nomes das ruas estão em francês e
em occitano (ou provençal), língua ancestral que já ninguém entende nem fala!...
(Fig. 2).
Conclusão: o falar é um património, revelador da nossa identidade,
das nossas raízes!
José d’Encarnação
Inserido, a 21 de Fevereiro de
2019, no blogue da Liga de Amigos de Conimbriga: https://laconimbriga.blogspot.com/2019/02/jose-d-encarnacao-professor-catedratico.html#more
E quando acrescentamos letras a um discurso que não as devia ter? Lembro-me daquela jovem de Coimbra que chegava a Lisboa com dezassete anos e dizia aos colegas que na sua cidade estava tanto frio, que andava lá sempre de camisola de gola i alta? Eles questionavam, riam, voltavam a gozar quando ela acentuava o a em maior, mas foi-lhe custoso desfazer-se das letras e dos acentos do afecto.
ResponderEliminarUm grande abraço e obrigada pelo texto.
Madalena