É que, oferecido pelo Comando-Geral da GNR e
pela Administração do Teatro São
Carlos à Santa Casa da Misericórdia de Cascais, com o patrocínio da Estoril-Sol
e do Banco Santander Totta, o concerto inseriu-se no conju nto
de iniciativas que estão a ser promovidas pela Santa Casa, visando não apenas
um ainda maior relacionamento com a comunidade mas também – e, dir-se-ia,
sobretudo! – a angariação de
patrocínios e apoios destinados a uma obra social a todos os títulos meritória
e carente de mais eficaz sustentáculo, dadas as enormes dificuldades que as
famílias atravessam – e é para as famílias, nomeadamente crianças, jovens e
idosos, que os 563 colaboradores da Misericórdia denodadamente trabalham.
Vibraram os cerca
de 700 convidados que acorreram ao Salão Preto e Prata com um concerto singelo,
mas muito bem executado e, de modo especial, por ter sido escolhido um
repertório alegre, para exorcizar as quotidiana s
amarguras… Estou certo que a maior parte de nós não terá deixado de acompanhar
mentalmente (ou a trautear baixinho…) as melodias virtuosamente executadas.
Começou-se com a “Abertura Festiva
em Lá Maior, Op. 96” ,
do russo Dmitri Shostakovitch. Deliciou-nos, mais uma vez, o ‘Bolero’ de Ravel
(de execução excelente, o maestro
Cap. João Afonso Cerqueira foi ouvindo, impávido e sereno, e só já lá mais para
o fim é que começou a dar umas indicações subtis, e fez questão de propor
merecidos aplausos, no final, a cada um dos solistas). Veio depois o conhecido intermezzo
da famosa zarzuela “La Boda de Luis Alonso” (datada de 1897), do sevilhano
Gerónimo Giménez.
Entraram depois os 60 elementos do
Coro, eles de fato preto, a rigor, elas a envergar opulentos vestidos de
variadas cores clara s, quais damas
antigas preparadas para mui requintada ‘soirée’… E balanceámo-nos (tinha de
ser!) ao ritmo do «Va pensiero…», da ópera «Nabuco», de Verdi, a evocarmos as
saudades que os hebreus, escravos em cosmopolita Babilónia hostil, teriam da
sua Terra Prometida: vai, pensamento, em asas douradas… e detém-te nas encosta s e
nas colinas onde é possível sorver as tépidas, brandas e doces aragens que se
evolam das margens do rio Jordão!...
De
Georges Bizet e da sua «Carmen» fomos brindados com o também conhecido coro do
IV acto «Les voici! Voici la quadrille!...». E imaginamo-nos em Sevilha, em
tarde de toiros e a multidão a saudar, entusiasmada, a quadrilha de toureiros
que chega!
E voltámos
a Verdi. Primeiro para o coro dos ciganos da ópera «O Trovador» e, a terminar,
antes de mais uma acentuação extra-programa
que mui gostosamente o público acompanhou, Verdi ainda, mas da ópera ‘Aida’: a marc ha triunfal «Gloria all’Egitto”.
Saímos
consolados!
Um
elemento da OPART (Organismo de Produção
Artística, E. P. E.) saudou, no início, os assistentes e sublinhou quanto havia
sido honroso terem o Coro (agora a completar 70 anos de existência) e a Banda
Sinfónica aceitado estar ali, numa acção
de benemerência. Isabel Miguens, provedora
da Santa Casa, agradeceu de antemão a quantos contribuíram para o sarau e a ele
se quiseram associar, também em missão de cruz ada
pelo bem-fazer.
Publicado em Cyberjornal,
edição de 12-04-2014:
Sem comentários:
Enviar um comentário