domingo, 20 de janeiro de 2019

A importância de um papelinho com letras

              Certamente muitos se interrogam sobre que interesse há em guardar um papelucho com letras que foi distribuído por uma série de pessoas. Talvez também já tenhamos ouvido falar de quem encontrou gavetas cheias de fotografias e de papéis antigos, agarrou neles e tudo deitou fora, porque, na realidade, essa papelada nada lhe dizia. Velharias!...
            Felizmente que, hoje, as Câmaras Municipais estão atentas a esses espólios, que resultam, afinal de contas, extremamente valiosos para se reconstituir a história local. Creio haver, de facto, uma regra segundo a qual se preconiza que as entidades promotoras de uma iniciativa guardem em arquivo cópias de programas, panfletos, opúsculos, pequenos livros… que poderão servir, mais tarde, para se fazer a história dessa instituição. E os responsáveis pelos arquivos municipais estão agora já despertos para receberem e convenientemente catalogarem toda essa documentação que lhes é entregue, à primeira vista sem préstimo.
            Vêm estas considerações a propósito de um papel que me chegou através do nosso amigo e patrício Vitor Barros, que, por sua vez, o ‘roubara’ de Correia Martins, o qual, por seu turno, o apanhara perdido numa página no Facebook!... Vai servir-nos esse documento (que se reproduz) para falarmos do que lá está escrito.
            Uma forma de chamar a atenção para essa necessidade de se preservarem estes testemunhos, de não se deitarem fora velhos recheios de velhas gavetas…
            Queremos analisar com cuidado e atenção o que está escrito neste programa de 7 de Março de 1945, referente a uma sessão no São Braz Cine, marcada para as «8 e meia da noite» – e até esta maneira de indicar as horas não deixa de ter graça!
            Nada há, pois, a desperdiçar. E também nesse aspecto, «Notícias de S. Brás» tem sido excelente repositório de memórias, de tal modo que pode afirmar-se não ser possível fazer uma história de São Brás de Alportel sem recorrer ao que, ao longo dos meses, vem sendo escrito neste nosso jornal, porque o seu director tem a consciência clara da importância desses escritos sobre a vida local, que lhe vão mandando os colaboradores.
      
                                                                     José d’Encarnação

Publicado em Noticias de S. Braz [S. Brás de Alportel] nº 266, 20-01-2019, p. 13.                                                 

Sem comentários:

Enviar um comentário