Como
corotelense, naturalidade que muito prezo, tenho de fazer ainda mais alguns comentários
acerca desse programa.
Primeiro,
evocar uma época em que o sítio manifestava uma pujança cultural a rivalizar,
se bem lembro, com Bordeira, a vizinha que já era do concelho de Faro, mas a
que as gentes do Corotelo estavam intrinsecamente ligadas, até por laços matrimoniais.
Uma sociedade ter Grupo Dramático não era para todas!
Segundo:
merece particular atenção o vocabulário utilizado. Para além da influência
francesa estampada na palavra «reprise», veja-se só: «alta comédia desempenhada
por duas gentis meninas»; a comédia tem «coros de camponeses e camponesas» e
também os tem a opereta, que era «de um humorismo muito interessante»; chama-se
«grandiosa» à revista «Cobras e Lagartos», com original de Aníbal Chaves Pinto;
e o espectáculo é abrilhantado por «uma bela orquestra»! Que mais se haveria de
querer!...
Em
terceiro lugar, o desafio aos nossos leitores: a identificação dos
intervenientes. O Joaquim Martins Guerreiro, disse-me o nosso amigo Contra-Almirante
Manuel Martins Guerreiro (a quem lhe perguntei se era da família) que seria o
bem conhecido Jôquenito. Da Marieta da Luz Pinto ainda eu me lembro, aquelas
lembranças de catraio, uma mulher bonita, como ela era… Morava na colina
fronteira ao Cerrito onde eu nascera, a zona do Corotelo onde ‘pontificava’ o
Zé Gil.
E
os outros? De Aníbal Chaves Pinto, por exemplo, o autor e também actor, tem de
se
saber algo mais. O desafio aqui fica!
José d’Encarnação
Publicado em Noticias de S.
Braz [S. Brás de Alportel] nº 267, 20-02-2019, p. 13.
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