O
livro Património Cultural: Gestão e Programação à Escala Municipal ora editado
pela Arqueohoje (2014) – ISBN: 978-972-98953-5-7 – constituiu precisamente a dissertação
de mestrado que preparou sob orientação do Prof. João Paulo Avelãs Nunes.
Mestre
António Tavares exerceu funções de direcção neste quinzenário e sendo, agora,
técnico superior na Câmara, justificam-se ainda mais as suas preocupações em
estudar, divulgar e valorizar o património do concelho, património que é,
escreve logo no começo da ‘introdução’ do livro, «âncora de memórias, referência
de identidade, legado que se herda e a legar».
Após
referir o enquadramento teórico em que se move (cap. I), traça uma panorâmica
do que é o concelho de Mangualde: aspectos geográficos, a história das suas
gentes ao longo dos tempos, o seu património, não apenas o que estamos
habituados a considerar (arqueológico, paisagístico, edificado…) mas também aquele
a que chama o «novo património», onde, nomeadamente, se inclui o património imaterial.
Reflecte-se
depois acerca do que deve ser uma boa gestão cultural e os objectivos que
importa almejar, para, no cap. IV, se delinear a proposta de criação, no
município, de um Centro de Gestão e Programação do Património Cultural, centro
que reputa passível de ser, com o maior proveito, desenvolvido também noutros
municípios. Aliás, António Tavares teve o cuidado de consultar, para o efeito, regulamentos
da organização dos serviços de 153 municípios portugueses.
Não
vem ao caso, agora, discutir essa criação. Direi que, para mim, o mais
importante é que, no quadro das actividades autárquicas – de Mangualde e dos restantes
municípios e freguesias –, a Cultura (e, consequentemente, o Património Cultural)
detenha o lugar preponderante que, por direito próprio, lhe cabe. Além disso, mais
do que seguir teorias, o imprescindível é sabê-las adaptar a uma prática consistente
que leve em linha de conta a realidade concreta.
Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 642, 01-07-2014, p. 12.
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