Por
conseguinte, a nível de vila estamos bem servidos. É altura, agora, de se começar
a olhar para o interior e, também aí, estão em curso planos sistemáticos de
limpeza e reabilitação de caminhos,
o que é de muito louvar, atendendo a que só se fomenta comunidade se houver
facilidade de deslocação .
Contudo,
ao apelar, no título desta crónica, para a necessidade de comunicações aqui,
não é a essas que me quero referir, mas sim às do concelho para o exterior ou,
dizendo de forma mais alicia nte, do
exterior para o concelho. Para norte, mantemos as típicas curvas do Caldeirão e
não há como fugir-lhes. Para as bandas de Tavira, a estrada da serra está muito
melhorada e faz-se bem. Para Loulé, continuamos como há décadas atrás, mas
também não haverá muito a mexer. No que concerne à ligação
à A22, é que a porca torce o rabo, porque – queiramos ou não – uma ida a Faro,
quer se faça pela N2 (olha, é mesmo a Nacional 2, quem diria!?...), quer se
opte pela EM 523 (pelo Corotelo e por Bordeira), é o cabo dos trabalhos.
Na
Bolsa de Turismo de Lisboa dos começos deste mês de Março, S. Brás esteve representado
a contento e bem propagandeou a Feira da Serra, onde, disse-se, a convidada-mor
será a inovação . Mas Feira da Serra
quer-se com gente e S. Brás quer-se com gente o ano inteiro! E como se vem para
cá, se a estação de caminho-de-ferro
(ai, o caminho-de-ferro, sonho doirado dos republicanos desde primórdios do
século passado!…), fica a quilómetros?!...
Está
no poder o Partido Socialista; a maior parte das câmaras algarvias têm presidência
socialista. Não é de aproveitar a oportunidade para se unirem e pugnarem pela urgente
revitalização do caminho-de-ferro,
como excelente alternativa à 125, e pela criação
de carreiras que – no caso de S. Brás – façam o trajecto a Faro ou a Loulé, em
coordenação com os horários dos
alfas e dos intercidades? E as estações dessa linha ferroviária costeira são
‘coisa’ que se apresente ao nacional, quanto mais ao estrangeiro?! Vim, há
tempos, num alfa de Lisboa para Loulé: carreira para a vila? – ná! Táxi para a
vila? – Ná! Até Silves, que é cidade, tem estação
que nem lembra ao diabo, pois nada tem e o diabo nem sequer lá pensa em ir
porque… não há lá ninguém para tentar!...
José d’Encarnação
Publicado em Noticias de S.
Braz nº 232, 20-03-2016, p. 11.
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