A
LAHC vem na sequência da Liga de Amigos do Centro Hospitalar de Cascais, que,
no entanto, em 2011, precisou de se adaptar às norma s
legislativas entretanto promulgadas e daí que tenha assumido o carácter de
Instituição Particular de
Solidariedade Social, respondendo, por isso, perante o respectivo Ministério.
Tem
sede no piso 0 (recorde-se que o piso de entrada é o 2), do Hospital Dr. António José
de Almeida; o contacto por correio electrónico pode ser feito através do
endereço ligadosamigosdohospital.cascais@hospitaldecascais.pt,
tem página no facebook e está em fase
de reformulação a página www.lach.pt, que em breve estará disponível.
Vladimiro Martins e Celeste Pereira |
Dado
o importante papel que uma liga de amigos detém num hospital, quisemos conversar
com dois dos elementos da Direcção :
Celeste Pereira, enfermeira aposentada, que já conhecíamos desde os tempos do Hospital
Ortopédico de Carcavelos, e Vladimiro Martins. Dessa conversa nos fazemos eco.
Um exercício de cidadania
Assim,
dir-se-á, em primeiro lugar, que qualquer pessoa, maior, pode candidatar-se a
ser membro da LAHC, sendo proposta por um dos membros. Paga a módica quantia de
25 euros por ano.
Caso
deseje integrar o grupo de voluntários, será acolhida (ou acolhido, entenda-se)
por uma psicóloga, com quem estudará as suas características, de modo a
determinarem-se as funções para que se sente mais vocacionada e estará dois
meses em formação , para se inteirar,
como se compreende, das valências em que a sua acção
poderá ser mais compensadora.
Uma
das preocupações da nova Direcção é,
nomeadamente, a de promover acções de formação
sistemáticas: gestão do stresse, suporte básico de vida, relacionamento com o
utente – são, a título de exemplo, alguns do temas a abordar. Mas também há que
pensar em «códigos de conduta», «princípios e valores»…
Sublinhou-se
muito o facto de esse trabalho voluntário dever ser encarado não como mera «ocupação de tempos livres», mas sim como verdadeiro exercício
de cidadania, é um dever cívico de todos ajudar os mais frágeis. Por isso,
aliás, o voluntariado é, hoje, altamente tido em consideração na análise dos currículos profissionais, porque,
no caso, em apreço, do voluntariado em ambiente hospitalar, é deveras notável a
experiência que se adquire nos mais diversos domínios, mormente social e psicológico,
sem falarmos já no enrique cimento
humano que faculta.
Um
aspecto também insistentemente focado foi o de o voluntário não vir roubar
postos de trabalho. A sua função
é complementar, de apoio ao doente. Um exemplo: é bem conhecido o difícil relacionamento
das camadas mais idosas da população
com as novas tecnologias, e para tudo, no hospital como noutras instituições, é
preciso abeirar-se de uma máquina e carregar no botão certo, quando há tantos
botões pela frente!... Para isso existe o voluntário.
O hospital não é um lugar de morte
Outra
ideia-base que se sublinhou foi a de o hospital já não ser visto, felizmente,
como um lugar de morte: entrava-se no hospital para morrer! Hoje, a passagem
pelo estabelecimento hospitalar é cada vez mais efémera, porque muitos
tratamentos se fazem em ambulatório. Também aí – até porque, por exemplo, a valência
materno-infantil do Hospital Dr. António José de Almeida abarca não apenas o
concelho de Cascais mas igualmente o de Sintra – o papel da LAHC pretende ser
activo: no acompanhamento externo do doente e não apenas em ambiente hospitalar.
Nasceu um bebé: apoia-se a mãe, sobretudo se o foi pela primeira vez e não tem experiência;
mas… quando saem, para onde vão? Que ambiente as espera? Têm roupinha para os
primeiros tempos? Leite, papas?...
Urge
humanizar a relação do doente com as
instituições que lhe prestam cuidados de saúde e essa é uma das metas a alcançar.
Por esse motivo, a Direcção – para
além das actividades que a LAHC já mantém com outras entidades ligadas à saúde
(recorde-se o apoio que dá ao Berçário de Matarraque) e à assistência – está
disponível para entabular conversações com a Santa Casa da Misericórdia de
Cascais, com os respons áveis pelo
banco de voluntariado da Câmara e outras irmanadas neste espírito de serviço… E
todos não seremos de mais para levar a cabo tão nobre missão!
José d’Encarnação
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