quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A duna consolidada de Oitavos


Patrimoniices cascalenses 19

            Acertaram Vasco Silva e Armando Salgado: a fotografia mostra o corte feito, do lado nascente, na duna consolidada de Oitavos (zona da Marinha, a caminho do Guincho), por ocasião de nela se haver rasgado a estrada para os equipamentos hoteleiros construídos perto.
            A aparente «rocha» é constituída por finíssimas lamelas, ou seja, pelas sucessivas camadas de areia, que, mercê do vento, do calor e doutros agentes geomorfológicos, se consolidaram e ganharam essa posição oblíqua, como que a subir, por ser essa a orientação do vento.
            Estamos perante um monumento geológico classificado, amiúde visitado por turmas de estudantes universitários de Geologia e de Geografia.
            Há, no cimo da duna, um restaurante, que foi casa de chá e onde o presidente Américo Tomás, oficial da Marinha, tinha ‘aposentos’, uma vez que a Marinha superintendeu durante muito tempo a esse local, por ser estratégico na defesa da costa. E chegou a haver aí equipamentos específicos para esse efeito.
            Para quem se interessar pelos aspectos científicos directamente ligados, por exemplo, à datação da duna – terá a sua formação mais de 30 000 anos, se bem compreendi –, poderá ler o artigo «A Duna Consolidada de Oitavos (a Oeste de Cascais – Região de Lisboa) – a sua Datação pelo Método do Radiocarbono», que foi publicado na revista Comunicações Geológicas, 2006, tomo 93, p. 105-118, disponível na Internet.
                                                                        José d’Encarnação

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