Uma tiragem de 120 000 exemplares, chega decerto a todos os munícipes e há
que aplaudir, desde logo, a sua longevidade, pois é raro a publicação de uma qualquer Câmara lograr manter-se durante
tanto tempo e com regularidade, no mesmo estilo, o mesmo formato e a mesma
orientação . Estão, pois, de parabéns
os seus mentores e realizadores. Também nisto Câmara dá cartas – e ainda bem!
Assina
habitualmente o editorial o presidente do Executivo, que, neste número,
atendendo a que, em breve, se ouviria «a campainha tocar» para as aulas, se
dirige aos alunos do concelho, dizendo-lhes a dado passo:
«Não
precisam de ser os melhores. Só precisam de dar o vosso melhor».
Regozija-se,
mais adiante, com a (então, próxima) inauguração
do pólo, em Carcavelos, da Universidade Nova de Lisboa. Um sonho concretizado,
a School of Business & Economics. Assim mesmo, em língua internacional, que
o português era menos soante, sobretudo se se pensasse em chamar-lhe «Escola de
Negócios» e alguém era capaz de ficar de pé atrás: «Negócios? Que negócios?»…
Ora «business» não corre nunca esse risco, como ninguém acha que se deva mudar
o nome do Ministério dos Negócios Estrangeiros, porque, aí, há sempre que
‘negociar’ e bem!
E
quanto ao uso do inglês, não pode esquecer-se que C tem duas páginas redigidas
nessa língua, para a vasta comunidade estrangeira que escolheu Cascais para
residir.
Uma
página de anúncio da iniciativa Lumina, o festival da luz que iria ocupar o
fim-de-semana de 21 a
23, e cujo percurso pormenorizado se mostra nas páginas centrais. Aliás, essas
quatro páginas poderiam funcionar autonomamente, guia excelente do festival.
Temos o oportuno incitamento da Mobi Cascais a que os jovens usem a bicicleta.
Há outros textos especialmente destinados aos estudantes: como se deve comer,
«Aprender, aprender sempre!» e duas páginas de eloquente e assaz bem
apresentada entrevista ao cat edrático
Carlos Neto, investigador da Faculdade de Motricidade Humana: «É preciso tirar
as crianças do sofá». Gostei dessa entrevista e do ar simpático do
entrevistado. E, claro, das suas considerações:
«Vivemos
num mundo digital avassalador. As crianças vivem o corpo na ponta dos dedos. As
novas tec nologias forçaram o corpo a
funções não expectáveis. Nas primeiras idades, precisamos de mexer o corpo,
ganhar autonomia, de arriscar, explorar, descobrir».
É
urgente que a criança volte a saber brincar ao ar livre, a participar mais, na
Escola, nos projectos educat ivos:
«Tem de haver mais tempo livre».
Pode
parecer mal que um docente afirme «o que hoje ensinamos na escola provavelmente
não servirá para quase nada». Compreende-se, porém, porque se explica, logo a seguir,
que «o brincar é talvez o comportamento que melhor ajuda a estruturar todas as competências
essenciais para o futuro».
José d’Encarnação
Publicado em Costa do Sol Jornal (Cascais), nº 255, 2018-10-24, p. 6.
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