A
2ª circular começa precisamente quase no final poente da Av. 25 de Abril: é a
Av. Infante D. Henrique, que, após o cruzamento com a Rua Joaquim Ereira, se
continua pela Raul Solnado e ora termina na Rotunda dos Bombeiros Voluntários.
Em
princípio, deveria continuar até ao Bairro de S. José, com ligação a Alvide e à
Av. de Sintra.
A
forma de passar pela Ribeira das Vinhas gerou, porém, controvérsia, nomeadamente
tendo em conta dois aspectos: o económico (porque exigiria vultosa obra de engenharia)
e o ecológico e paisagístico (porque seria prejudicial a uma área verde de características
singulares).
A
polémica determinou, portanto, que o projecto fosse deixado de parte, embora, a
nascente da Rotunda dos Bombeiros, o edifício fabril aí instalado acabasse por
ser encerrado (e é o panorama degradado que lá se vê) e a zona entre os prédios
setentrionais do Bairro do J. Pimenta (Alto da Pampilheira) e o actual Parque
da Pampilheira (parque de estacionamento da Mobi Cascais) se mantivesse no
Plano Director como «espaço canal», na perspectiva de a via futuramente chegar
a ser construída.
O
certo é que, quiçá por se ter executado a obra do parque e assim se poderem
aproveitar as movimentações de terras então feitas, o projecto, sem alardes, começou
a ganhar concretização.
O
leito do ribeiro do Cobre, afluente da Ribeira das Vinhas, está agora a ser
dotado de um túnel de cimento quadrangular, a fim de sobre ele se fazer o entroncamento
de ligação da 2ª circular à Rua de Santana. Pensa-se que desta sorte irá ficar,
ou seja, que não se projecta – pelo menos, nos tempos mais próximos – uma ligação
mais além, passando por sobre a Ribeira das Vinhas.
De
qualquer modo, dir-se-á que – com alguma remodelação a fazer no pavimento da
Rua de Santana, sobretudo em termos de largura, e a execução de uma rotunda no
referido entroncamento – se aliviará substancialmente o trânsito em artérias
como a Av. Adelino Amaro da Costa (sobretudo na chamada «rotunda de Birre») e a
ligação da auto-estrada a Cascais Ocidental poderá via a ser feita, em
alternativa, pela 3ª circular e pela Rua de Santana.
Ilustra-se
o texto com duas imagens: mostra, uma, o declive desde o Bairro Operário até à
Rua de Santana (assinalada esta com uma seta), quando, à esquerda, ainda havia
o olival e se não construíra o parque de estacionamento pago; documenta a
segunda, tirada de poente para nascente, ao final da tarde do passado dia 4, o
movimento das obras de engenharia para colocação
da ‘tubagem’ destinada a canalizar as águas do ribeiro do Cobre sob as vias, em
direcção à Ribeira das Vinhas.
Se
havemos de nos congratular com a solução? Sim. Primeiro, pelo
descongestionamento de tráfego que vai originar; depois, porque tal implicará o
rápido desaparecimento do degradado ‘esqueleto’ das antigas instalações da
fábrica Pedro Pessoa, bem desagradável ‘cartão de visita’ para quem por ali
demanda a vila.
Não
foi feito, que se saiba, um estudo do impacte ambiental – porventura
obrigatório numa obra que vai implicar significativas alterações numa paisagem
sensível; crê-se, porém, que os técnicos camarários responsáveis pelo
empreendimento (até porque existe uma empresa municipal chamada Cascais
Ambiente) saberão minimizar eventuais inconvenientes.
Que
se saiba, não foi o projecto sujeito a discussão pública, decerto porque se
partiu do princípio de que já constava há muito dos planos municipais e era,
por isso, ponto assente; de resto, nem organizações de defesa do ambiente nem
representantes dos partidos da oposição se manifestaram contra.
Teremos,
certamente, obra concluída ainda este ano. E será mais um dos projectos longamente
acalentados pela população a que este Executivo acaba por dar cumprimento. Em
boa hora.
José d’Encarnação
Publicado em Cyberjornal, 2018-10-05:
Belo texto, perfeitamente detalhado. Por ele fiquei a perceber a origem da demora das obras na 2ª. circular. Sempre atento ao progresso do concelho. Um abraço da Maria Helena Ventura
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