Vá-se
lá saber por que razão quis assim designar o que ali expôs, uma vez que se
trata de uma exposição impossível.
Sim: é essa a palavra que nos sai, espontânea, quando nos garantem que não
estamos diante de fotografias mas sim de pinturas. «Impossível!».
Na
verdade, a dúvida assalta-nos, quase somos tentados a ir tocar, para nos
certificarmos, tamanho é o realismo, a precisão do pormenor, a intensidade mui
natural da coloração…
Natural
de Lisboa (1964), Gustavo Fernandes esteve também no Canadá a aperfeiçoar a sua
excepcional técnica pictórica. Já expôs no estrangeiro e é a primeira vez que
vemos aqui estes seus trabalhos, de um realismo verdadeiramente impressionante.
Vale,
pois, a pena, subir ao piso superior do Casino para, por momentos, nos deixarmos
extasiar por uma Arte de mui elevada craveira.
Claro,
haverá quem diga que não é Arte «aquilo», porque copia a realidade. Se não é
Arte, digam-me o que são esses rostos, esses olhares, esse brilho que, afinal,
nos avassala – e, decerto, poderá ter sido por isso que o Artista lhe quis chamar
«O brilho em ti», porque é… avassalador! E tu pasmas, deixas-te seduzir, ficas
preso àqueles lábios vermelhos, àquele olhar penetrante…
José d’Encarnação
Publicado em Cyberjornal
2019-05-12:
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