De
outra também me lembro: zaragatoa! Quando me doía a garganta e as amígdalas
cresciam e nem me deixavam engolir, minha avó enrolava uma compressa (ou algo
que lhe fizesse as vezes) na ponta de um pau (seria?), embebia-a não sei em quê,
uma mezinha caseira, e lá me esfregava as ditas e eu quase me engasgava com
aquilo. Mas curava!
Tive,
porém, outro dia, o privilégio de me fazerem lembrar outra dessas palavras com
z: zaranguitana. Ouvia-a, estou certo, em pequeno, e tenho a ideia de que se usava para significar um qualquer
mecanismo mal enjorcado. Certo é que tem significado próprio e mostra-se uma no
Museu Judaico de Belmonte. A legenda reza assim:
«Peça
de madeira, em forma de grande pião com ponte de ferro e eixo embutido na parte
superior onde gira um volante suspenso por fio. Sécs. XIX-XX. 450 x 260 mm .
Destinado a consertar pratos de
cerâmica. Pertenceu a um ambulante conhecido por “Judeu”. Colecção da Família Carqueja Rodrigues».
Pois
era: usavam-na os amoladores que punham gatos na loiça partida!
Publicado em VilAdentro [S. Brás de Alportel] nº 184, Maio de 2014, p. 10.
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