O
livro que Celestino Costa nos apresenta pertence a este último grupo e resulta,
é bem de ver, de leituras pensadas, ditames transformados em singelas norma s de vida.
Monótono
e compassado era o bater seco da maceta no escopro ou no badame; doutro mundo
era o seu, passeando-se por entre mármores e cruz es,
rasgando epitáfio agora, arquitectando jazigo depois. Existência de palavras
poucas e reflexões sobejas. Impregnada, portanto, de uma filo sofa
própria, a relativizar o presente e a dar vida – nos versos e no sentir – a um
passado sabiamente recuperado em partilha. Para que não se olvide. Para que o Homem
seja mais humano: homens, mulheres, cônjuges, sábios, artífices, camponeses…
Todos!
Na
placa que para mim esculpiu, Celestino Costa gravou: «Senão vindo de fora e
arrombando a porta». Não foi preciso perguntar-lhe porquê. É frase do novelista
francês Jean-Baptiste Alphonse Karr (1808-1890)
e vem completa nesta recolha: «A reputação
de um homem de talento não penetra no seio da sua família se não vindo de fora
e arrombando a porta». Tem razão: vamos arrombar a porta!
Prefácio ao livro Dos
Outros para Mim, de Celestino
Costa, edição de autor e de Apenas
Livros (Lisboa), 2014- Apresentado, a 10-05-2014, na sede da Junta de Freguesia
de S. Domingos de Rana.
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