Depois de, durante anos a fio, os prémios maiores dos concursos serem sempre automóveis e ter automóvel ser, por isso, a ambição maior de cada cidadão desde a juventude, hoje esse bicho é dos que mais rendimento dão ao Estado e seus parceiros na lide do sacar, sacar e… ensacar! E até com a desgraça se saca.
O facto de o novo hospital de Cascais ter estacionamento automóvel pago foi alvo de contestação por parte da CDU no próprio dia da inauguração e o assunto debatera-se na reunião camarária de 22 de Fevereiro (sigo a minuta da respectiva acta), tendo a senhora vereadora do partido do Governo afirmado que «de facto parece ser indispensável haver uma bolsa de tempo de estacionamento não pago, para aqueles que vão levar doentes de urgência por exemplo […]. Daí lhe parecer ser necessário – e já falou, aliás, com a administração do Hospital – que seja negociado com a empresa detentora do parque de estacionamento para que haja, pelo menos, meia hora de estacionamento não pago, no início, para garantir a fluidez do trânsito».
Respondendo, o Sr. Presidente da autarquia fez questão de frisar que «nenhum estabelecimento de saúde público na Área Metropolitana de Lisboa tem estacionamento gratuito; ou seja, ou não tem estacionamento ou tem estacionamento pago, à excepção do Hospital Amadora-Sintra, que também é um contrato de concessão, mas aí o Estado previu o estacionamento gratuito, mas em Cascais previu o estacionamento pago. Portanto, quando os privados subscrevem com o Estado um contrato que prevê um estacionamento pago, não se pense agora que, sem qualquer contrapartida, os HPP vão autorizar meia hora de estacionamento gratuito, a não ser que o Estado os compense desse ónus. Pessoalmente, até está de acordo com a ideia da existência de meia hora ou mesmo uma hora gratuita, ou pelo menos a uma taxa reduzida e está pronto a aceitar essa situação, se for essa a vontade dos HPP e do Governo. Mas para isso é preciso que quem negoceia estas coisas tenha isso em consideração, porque depois é mais complexo resolver essas situações».
Está certo. Negociou-se. Negociaram. Alguém negociou. Foi… um negócio!
Publicado no Jornal de Cascais [Cascais], nº 226, 29-06-2010, p. 6.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
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