Pasmo quando, ao falar com um(a)
operador(a) de centrais telefónicas de empresas implantadas a nível nacional,
me perguntam, por exemplo, Cascais em que distrito fica? Ou me sugerem, como
mais perto, a loja que está nas avenidas novas em Lisboa, quando sou capaz de
ter uma num dos centros comerciais que pululam por este concelho…
Compreende-se: a menina ou o menino
estão, mui provavelmente, nos arredores do Porto, não têm acesso, no seu computador,
a mapas hoje tão facilmente consultáveis…
Em nota enviada à imprensa pela
Divisão de Comunicação e Relações Publicas, a 6 de Julho, p. p., informou-se
que o Senhor Presidente iria estar presente na inauguração da Unidade de
Cuidados Continuados Maria José Nogueira Pinto. Para a localizar, seguindo
certamente informação veiculada pelos serviços da Misericórdia de Lisboa, que
pouco saberão de Cascais, escreveu-se que o empreendimento estava «na Aldeia do
Juzo de S. Gabriel, na Rua Chesol, em Alcabideche»!...
Era
difícil cometer mais asneiras em frase tão curta!
A Unidade – que, por sinal, ao que consta, foi inaugurada mas não
funciona – está localizada em plena freguesia de Cascais, onde foi a Standard
Eléctrica, ou seja, no Mato Romão (como o Povo conhece a zona) ou em S. Gabriel
(como foi chamado depois da instalação da fábrica, em homenagem, quiçá, ao arcanjo
das comunicações…). A entrada faz-se pela Rua Chesol, já no Bairro da Chesol,
que pertence à Aldeia de Juso.
«Já encontraste o teu amor?»
14
de Setembro, sexta-feira, 12.15 horas. Carruagem quase vazia. A senhora inicia
o telefonema logo após o comboio partir:
– Então, já encontraste o teu amor?
Assim. A matar!
Ouvia-se perfeitamente a conversa
toda. Claro, a do lado de cá. A do lado de lá imaginava-se. Drama sentimental de
todo o tamanho. «Tu é que andas atrás dele!». Depois desta frase fiquei
baralhado: pensara tratar-se de amor não correspondido por parte de um homem e,
se calhar, era: ela teria sido trocada por um ele? Deste lado,
frases de despeito, de incitamento a uma resolução que tardava, apesar das
muitas juras de amor. Antes de Parede, já a conversa acabara. Abruptamente. Um
drama mesmo!
«Serviços prestados»?
Fui
um dos que sofreram na bolsa com a ordem governamental de caçarem multas a todo
o custo, nos 50 metros
antes dos semáforos na subida de Cascais para o Monte. Cidadão comum não
percebe porque há-de haver ali aquela limitação de velocidade, a não ser para,
de vez em quando, se armar caça à multa.
Passou-me recibo o senhor agente. Recibo de «pagamento serviços
prestados»! «Serviços prestados» uma ova! Multa é o que foi! A mim não me
prestou serviço nenhum, a não ser o de me multar e esse ‘serviço’ bem o
dispensava eu! Mas… se me prestou serviço, também vai descontar para a
Segurança Social?
Direcção centro
Ainda que mal pergunte: por que
razão, em Cascais, na Rotunda Dr. Canas da Mota, se sugere a direcção do centro
da vila pela Avenida Infante D. Henrique, quando seria mais directo descer a
Joaquim Ereira? Ou poderiam indicar-se as duas alternativas, não?
Jornais em Cascais
Ao rever a minha colecção de
números 1 é que me dei conta da quantidade de títulos de jornais em Cascais, nas
últimas décadas.
O primeiro Jornal de Cascais,
por exemplo, nasceu a 29 de Setembro de 1929 e foi seu director o Dr. Alberto Madureira;
manteve-se em publicação até 1939. O 2º nasceu quase 40 anos depois, a 11 de
Setembro de 1969, quando o seu proprietário, o Dr. Evaristo Farelo, teve um
conflito com Rui Mendes, então director do jornal A Nossa Terra. Nuno Vasco, jornalista que também começou no A Nossa Terra, acompanhou-o e quando
Evaristo Farelo, por não ter garantido a publicação durante um ano, perdeu
legalmente o título, Nuno Vasco chamou-o a si bastante mais tarde: o seu
primeiro número saiu com data de 1
a 15 de Dezembro de 1981. Esse foi, por conseguinte, o
3º Jornal de Cascais, que teve vida
efémera. Tem, pois, entre mãos, amigo leitor, o 4º Jornal de Cascais!
O novo empreendimento trará reconciliação?
Prosseguem,
a ritmo lento, as obras de demolição do vetusto Hotel Atlântico, no Monte
Estoril, cujas paredes ressumam histórias e tradição. Já vi maqueta do novo
projecto que, a exemplo, das Três Parcas que lhe ficam a poente, vai ter nome
pomposo: «Atlântico Estoril Residence», ora toma! Não fica no Estoril mas é
como se ficasse. Garantem vozes autorizadas do Município que está prevista «a
possível inclusão de uma rotunda em frente ao edifício», «com o objectivo de
fazer fluir o trânsito da Marginal e facilitar as entradas e saídas para a nova
unidade e também para o Monte Estoril». Não gosto muito do «possível», mas… será
desta vez que os técnicos camarários optam pela reconciliação? É que, senhores,
há muito que de Cascais se não pode ir até ao Monte, de carro, pela marginal!
Uma vingançazinha para que o Monte não suplantasse Cascais?!... Mas isso foi
polémica de casinos, meninos, já lá vai um século! Que temos nós a ver com isso
agora? Vá lá, sejam coerentes!
Publicado em Jornal de Cascais, nº 322, 26.09.2012, p. 6.