Altares
laterais tendo à vista a imagem do Senhor Morto são, pois, frequentes um pouco por
todo o mundo cristão. E, como muito bem anotou Mário Cornélio, há essa imagem
na igreja da Misericórdia em Cascais, que se incorporava na tradicional procissão
de Sexta-feira Santa, de que momentos altos eram as paragens onde a Verónica, desenrolando
lentamente uma réplica do Sudário, melodiosamente pranteava a morte do Senhor.
Perdeu-se a tradição; ficou a memória.
Não
é, porém, de Cascais vila a imagem que submeti à adivinhação dos meus amigos: é
da igreja de S. Domingos de Rana.
Transcrevo
do livro Registo Fotográfico da Freguesia
de São Domingos de Rana e Alguns Apontamentos Histórico-Administrativos, que
a respectiva Junta publicou em 2003, o que sobre essa imagem ali se escreve, na
página 178:
«Existe
na parte lateral da nave central do lado direito, uma imagem do Senhor morto, a
qual foi esculpida pelo mestre Teixeira Lopes e foi feita na fábrica das
Devezas, em Vila Nova de Gaia, que foi pertença de António de Almeida Costa e Feliciano
Rodrigues Costa, este sócio e compadre do primeiro.
Eram
naturais de Caparide e resolveram então doar – há cerca de cem anos – à igreja matriz
da sua freguesia a obra-prima que tinha sido feita na sua fábrica».
José d’Encarnação
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