Lembrei-me que, na Instrução Primária, também umas pancadinhas acabavam por evitar calanzices. Crime de ofensa corporal, hoje! E não há pancadinha que se veja, a não ser essas nas máquinas renitentes e, até, por vezes, nos computadores - a lembrar-nos saudáveis gestos d’outrora!
As três pancadas sugeriram-me, porém, a frase corrente «às três pancadas», usada para significar algo que ficou desajeitadamente posto: o chapéu às três pancadas, a gravata às três pancadas, «Aquele, já sabes, faz tudo às três pancadas!»…
Curiosa, portanto, esta acepção simbólica da expressão, enriquecida, aliás, com a enorme força mística e telúrica que encerra o número 3: toque dum lado, toque doutro e doutro... Já está!
Acho que este «A Retalho» pode ser, afinal, um bom exemplo de crónica... às três pancadas!...
José d’Encarnação
Publicado em VilAdentro (S. Brás de Alportel) nº 209 (Junho 2016).
Às três Pancadas numa mão e mais três na outra. Com uma régua . Não sei se eviraram calanzices. mas que provocaram muita rejeição figadal a tudo que que se parecesse com uma escola isso tenho a certeza. Sem nos conhecermos mas seu leitor fiel desde os tempos dos seus artigos no jornal da costa do sol. Cumprimenos.
ResponderEliminarAqui não é às três pancadas, está muito bem estruturado. E sendo um texto pequenino, melhor se lhe degusta o humor. Mas sendo as pancadinhas crime de ofensa corporal nas escolas, o soco e o pontapé estão muito na moda e são praticados impunemente. Um abraço.
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