Amplitudes térmicas
Gripes, alergias várias, estranhos problemas oftalmológicos, febres inexplicáveis… um rol de maleitas que têm levado os cidadãos às consultas de urgência em Cascais. Tudo se deve – a crer em opiniões médicas abalizadas – ao facto de este Verão se apresentar com amplitudes térmicas anormais (calor durante o dia, brusco arrefecimento nocturno), para que não estávamos preparados.
As Bruxas de Salem
O enredo passa-se nos finais do longínquo século XVII numa colónia puritana de Massachusetts. Arthur Miller, o autor, é paladino da luta contra as intolerâncias de todo o tipo e o livro até pode ser considerado uma metáfora para determinado tempo ou… para os nossos tempos, porque não?
Está a peça em cena desde o dia 21 e manter-se-á até ao próximo dia 7, no Teatro Mirita Casimiro. Três razões poderão estar na base da escolha de Carlos Avilez para encenar este drama:
- a primeira, uma certa saudade, pois foi com esta peça, dirigida por Amélia Rey-Colaço, que, em 1957, se iniciou como actor;
- a segunda, a possibilidade de nela incluir, com três elencos, muitos dos alunos do 1º e 2º anos da Escola Profissional de Teatro de Cascais, que assim fazem como que uma prova das suas aptidões e se começam a familiarizar mais de perto com a profissão que encaram vir a seguir;
- a terceira, constituir o texto acutilante grito de alarme contra todas as intolerâncias… A sua actualidade mantém-se; as bruxas agora são outras e, queiramos ou não, acreditemos ou não, «que las hay las hay!». Oh! Se as há!...
Escusado será dizer que o espectáculo se recomenda – pela coreografia, pela nudez minimalista e cativante do cenário, pelo desempenho de todos os actores (foi um prazer rever João Vasco!), pela vontade conseguida dos jovens estudantes.
Terrenos limpos
Bem agradável verificar que, na freguesia de Cascais, se procedeu à limpeza de muitos terrenos particulares e públicos, onde a vegetação desordenadamente imperava e o lixo ganhava abrigo à espera de ser pasto de chamas. Parabéns!
Bairro da Assunção
Uma nota bem positiva: a adaptação a zona de lazer do pinhal junto à Rua Joaquim Ereira. Limpeza, passadeiras, bancos, mesas para um piquenique em família, recipientes para o lixo… Convite a usufruir do espaço e do ar puro.
Uma nota negativa: o abandono em que está o parque infantil da Praça João Martinho de Freitas.
Parque do Rio dos Mochos
Ainda não está muito divulgado entre a população. Poucos, portanto, dele estarão a beneficiar, o que pode redundar em algum descuido no que concerne a manutenção. Passei por lá na manhã de domingo, 24 de Julho, e apenas vi uma mãe com os dois filhotes a brincarem. Ainda se não conseguiu arranjar maneira de manter aberta a entrada para a Av. Infante D. Henrique e mesmo a entrada para a Praceta Joaquim Ereira não está sinalizada.
Filas, o horror!
Causa dor ver, logo de madrugada, as filas a formarem-se ao cimo da Av. Valbom, para o Instituto do Emprego; no centro da vila, para a Segurança Social; na Av. do Ultramar, para as Finanças…
Regozijam-se os governantes por terem cada vez menos funcionários. Sofre o Povo, por ter cada vez menos gente para o atender. E o tempo esvai-se pela calçada, num esperdício…
Não haverá um economista que, um dia, faça contas como deve ser?
Publicar livros
Nascem editoras como cogumelos e compreende-se porquê: primeiro, porque há muita gente a querer escrever; segundo, porque, de um modo geral, a editora compromete-se a publicar desde que o autor pague a edição.
Inclui-se um amigo meu naquele grupo que viveu a guerra de África e que considera a experiência tão singular que vale a pena consigná-la por escrito – para que conste. (Aliás, refere-se Júlio Conrado, no seu Barbershop, a essa leva de escritores, que nos merecem, por isso mesmo, o maior apreço). Escreveu, então, a uma editora: «Estou a finalizar um memorial, passado em Angola, entre 1967 e 1974, com histórias de caça, quotidiano e opiniões, sendo as histórias de caça o foco principal das memórias... as caçadas que saíram mal... essas, sim, capazes de arrancar um sorriso ou uma gargalhada a quem ler... Vivências e afectos». Sim, resposta da editora, editamos tudo. É assim: «O autor paga uma caução; compromete-se a vender 150 livros no dia da apresentação do livro, sendo responsável pelos que não se vendam». Feitas as contas, três editoras consultadas, o meu Amigo era sempre convidado a desembolsar entre 2500 e 3000 euros por uma ediçãozinha… Mas consolava-se: tinha um livro publicado!
Publicado em Jornal de Cascais, nº 278, 03-08-2011, p. 10.
sábado, 6 de agosto de 2011
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