Recordo-me que, um
dia, colega meu do jornal me garantiu: «Nunca mais vou tratar de problemas de trânsito
em Cascais! Não vale a pena, porque esta gente não sai do gabinete e parece que
não anda na rua!».
Também
fiz essa jura amiúde; mas, dado que me decidi agora ir à prateleira, até porque
importa dar dicas aos candidatos autárquicos, quebro mais uma vez o juramento.
Aí
vai: nunca os senhores mandantes viram a placa que, no entroncamento da Rua das
Urzes com a Estrada da Malveira, indica, para quem vem da A5, que, para ir para
o lugar do Cobre, se segue em frente? Não, não viram; porque, se tivessem
visto, já tinham mandado apagar e pôr como deve ser: para o Cobre, vira-se na rotunda
à esquerda!
Os senhores do trânsito (2)
Também
ainda não viram a placa que, há anos, está no topo norte da Rua Afonso Lopes
Vieira. Indica Pampilheira, virada
para sul, como se esse bairro fosse daí para norte. Não é. Ou melhor, vai até à
Rua Dr. Manuel Costa Matos (que fica um tudo-nada mais além); o núcleo do
bairro começa aí, nesse cruz amento, mas
para sul. Já se explicou isso uma dúzia de vezes…
Os senhores do trânsito (3)
Volto
ao assunto? Volto. Sei que é chover no molhado, que nada adianta, mas, enfim, pode
ser que algum dos candidatos à presidência da autarquia (Câmara ou freguesia)
se decida.
O
jogo é muito simples: põe no Google mapas a Rua Eça de Queirós, do Bairro da Pampilheira;
e, como destino, a Rua Afonso Lopes Vieira, que é no mesmo bairro, fica do
outro lado da Adelino Amaro da Costa, desembocam na mesma rotunda, a do Rancho
da Musical. Portanto, a pé, um pulinho. Mas façam lá o joguinho: procurem a
direcção de uma rua para a outra, em
viatura. Não, não está errado, o Google tem razão: é preciso ir à rotunda de Birre
(exacto, aquela que está sempre engarrafada) e voltar para trás, porque na
Afonso Lopes Viera só pode entrar-se vindo de norte. Um espanto, não é? Também
já escrevemos isto dezenas de vezes. Um senhor presidente declarou-se incapaz
de resolver este sangrento e indesejado divórcio entre o lado nascente e o poente
do mesmo bairro; decerto, porque outros tiveram mais força, demonstraram por
A+B que assim é que estava correcto, que assim é que a população era bem servida… e pronto! Pode ser que as novas
gerações tenham mais força e a população
lhes possa, finalmente, agrade cer e
considerar que, também neste caso, ali estão ao serviço dos legítimos
interesses dos munícipes.
Placas
Não,
não vou falar das placas amarelas DESVIO
semeadas pelos senhores empreiteiros a trouxe-mouxe por tudo o que é povoação cascalense. Já falei, já sei que não há remédio;
aguenta, cidadão, e vai com Deus, que ninguém te liga nenhuma, nem que faças um
desenho para explicar melhor.
Batalho
– porque aí vem a campanha eleitoral – por placas a identificarem as povoações,
como muito bem fez antanho a direcção
do Automóvel Clube de Portugal. E bato-me pela minha dama! Aliás, outro dia,
quando, na atrás referida rotunda do rancho, vi que iam plantar uma placa, regozijei-me:
vão pôr placa a indicar, para quem vem de sul, que a Pampilheira é ali! Errei:
a placa assinala o caminho para a Clínica. Depois, puseram outra, enorme, a
explicar que todos somos Cascais; contudo, para a placazinha PAMPILHEIRA ainda não houve tempo. Um dia será!...
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Epigrafista
militante me confesso – e por isso tudo o que é cartaz me cativa a atenção . Activo adversário do novo acordo ortográfico me
assumo – e por isso vou resistindo até que me deixem escrever «à antiga». O
acordo nada tem a ver com o dinamismo da linguagem falada, só com a ortografia;
a militância epigráfica, porém, leva-me a procurar o que está implícito no
explícito. Por isso, achei piada ao dito «Cascais vive-me». Está visto, o
acordo não é para aqui chamado e não há nada a fazer: inventou-se um dito e
cada qual entenda-o como quiser. Já lá escrevia, em 1895 (!), o sábio Gustave
Le Bon, no seu livro «A Psicologia das Multidões»:
«O
candidato que consegue descobrir uma fórmula nova, bastante destituída de significado
preciso e, por consequência, adaptável às mais diversas aspirações, obtém um
sucesso infalível»!
Errei!
Chamou-me a atenção Manuel Eugénio: do Jornal de Cascais houve cinco séries e não apenas quatro, como
indiquei no texto anterior. É que, antes do jornal fundado por Luís Pires e de
publicação iniciada em 1929, houvera
um Jornal de Cascais «semanário
republicano», dirigido por Abeilard de Vasconcelos (que chegou a ser presidente
da Câmara), e de que Manuel Eugénio tem o nº 13, datado de 25-06-1911!
Agradeço
a gentil informação!
Publicado em Costa do Sol – Jornal Regional dos Concelhos de Oeiras e Cascais,
nº 3, 19-06-2013, p. 6.
as batalhas aparentemente perdidas, devem ser recomeçadas! abraço
ResponderEliminarcarlos peres feio -
Oxalá, oxalá! Perde-se a batalha, mas tenta-se ganhar a guerra. Em todo o caso, meu caro Carlos, há batalhas que desgastam, desgastam e a uma pessoa, a determinado momento, só apetece é baixar os braços! Bem hajas, pois, pelo apoio! Assim houvera mais!...
ResponderEliminarAlice Alves escreveu: "Sempre ouvimos dizer que água mole em pedra dura tanto bate que perfura...mas parece que leva muito tempo... Abraço Professor"
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