Compreendi,
falando com o Padre Afonso, que preferiam festejar para o ano os 50 anos da sua
ordenação sacerdotal e seria esse um
bom pretexto para renovar a evocação
do muito trabalho cultural – para além, obviamente, do que lhes é específico, o
pastor al – que levaram a cabo, com
imenso entusiasmo e dedicação , em S.
Brás de Alportel, uma S. Brás que, culturalmente, ninguém o nega, transformaram
por completo, colocando um concelho até então pouco falado num referencial em
muitos aspectos.
Voltemos,
porém, ao significado de «adeus» (não resisto a este pendor para as etimologias
das palavras…). É «a Deus»; como, em francês, «adieu» (à Dieu); em italiano,
«addio» (a Dio); em castelhano, «adios» (a Dios). Enfim, toda esta Europa
ocidental cristã (excluem-se, claro, os Ingleses, que já se excluíram de vez…),
põe na palavra um significado venturoso, espiritual, que é como quem diz: na
pior das hipóteses (ou na melhor, conforme o prisma), encontramo-nos no seio da
divindade! Bonito! Como é bonita a expressão dos nossos velhotes: «até que Deus
queira!»…
Perdoar-me-á
o leitor não-crente esta incursão pela vertente espiritual da vida em que eu
acredito; contudo, afinal, há no nosso dia-a-dia toda uma envolvência quase
mística em que estamos mergulhados, sem que disso nos demos conta.
Por
consequência, que os senhores padres irmãos gémeos, José da Cunha Duarte e
Afonso Cunha, repousem um aninho das múltiplas tarefas a que se dedicaram,
rejuvenesçam com a pausa e… nós cá os esperamos! Não dizemos «adeus!», mas «até
já!».
José d’Encarnação
Publicado em Noticias de S. Braz [S. Brás de Alportel] nº
249, 20-08-2017, p. 13.
Sem comentários:
Enviar um comentário