Cumpre, pois, aplaudir quem, ao
invés, anda com os pés assentes na realidade.
Sempre com o sabedor apoio do Dr. Alberto Correia, brindou-nos o município de Viseu com um bonito ‘estojo’ cartonado que contém 12 livrinhos – em papel e magnificamente ilustrados – que integram a colecção «Viseu Sabe Bem». Todo o património gastronómico ali servido em beleza e num eco perfeito de mui centenares tradições, apanágio das nossas terras. A merecer um enorme aplauso! Assim, sim, se ajuda a criar comunidade, a fazer com que as gentes privilegiem o que, na verdade, constitui a distinção.
Sempre com o sabedor apoio do Dr. Alberto Correia, brindou-nos o município de Viseu com um bonito ‘estojo’ cartonado que contém 12 livrinhos – em papel e magnificamente ilustrados – que integram a colecção «Viseu Sabe Bem». Todo o património gastronómico ali servido em beleza e num eco perfeito de mui centenares tradições, apanágio das nossas terras. A merecer um enorme aplauso! Assim, sim, se ajuda a criar comunidade, a fazer com que as gentes privilegiem o que, na verdade, constitui a distinção.
Vale a pena enumerar os títulos: A
broa de Vildemoinhos; Pão de S. Bento; Pastéis de feijão; Castanhas de ovos;
Viriatos; Enguias da Murtosa; As farturas; Tabernas de Viseu; Rancho à moda de
Viseu; Pão de Santos Êvos; D. Zeferino; Filhós de mel de Várzea de Calde.
E a aliciante poesia que ressuma dos
subtítulos?! Ora veja-se: «Viriatos: uma saborosa invenção»; as farturas: «doce
manjar do povo»; as tabernas: «convivialidade e ócio»... Maravilha! Até
apetece. E D. Zeferino – quem é? O criador de um restaurante típico da cidade,
a alma-máter do «Cortiço», onde se come «coelho bêbado três dias em vida» ou as
«feijocas com todos à maneira da criada do Senhor Abade»!
Sim, as iguarias são para saborear; mas, Amigo, os textos, numa linguagem simples, estilo deveras atraente e bem burilado, são de saborear também.
Está de parabéns o Dr. Alberto Correia e o município viseense.
José d’Encarnação
Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 794, 01-03-2021, p. 11.
Deixo aqui o meu comentário com o maior prazer e já a salivar...O texto é pequenino, belíssimo, cheio de pedaços apetitosos. Conheço a excelência da cozinha de Viseu e arredores e podia trazer aqui umas pinceladas das boas lembranças que me deixaram. Todos os lugares e seus espaços de restauração que me serviram bem, estão bem frescos na memória. Mas o texto vem a propósito de uma questão muito importante: para poupar em papel, muitas câmaras deixaram de enviar as agendas-circulares aos munícipes, parte dos quais nem abre as mensagens electrónicas enviadas, em lugar da antiga agenda. Anda o país quase todo a "poupar", não cuidando de considerar o retorno que podia advir de "pequenos sacrifícios". Parece o município de Viseu tem as ideias mais claras e a perfeita noção de que os olhos vêem melhor o que as mãos tocam, ou o paladar aprecia. Beijinho, meu querido Amigo, por nem sequer precisares de muitas linhas para lembrar coisas tão importantes.
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