A
vida urbana desgarrou-nos, durante quatro décadas, desses bicho s quotidianos, que ora, afinal, reencontramos,
quer porque começaram a ganhar, também eles, hábitos citadinos, quer porque nos
reconvertemos nós ao campo.
Assim,
dei comigo, outro dia, a passar mui devagarinho junto da pedra sob a qual se
refugiara lindo lagarto verde (agora, chamo-lhe «lindo» e até lhe aprecio a beleza
do colorido!...); hesitei em voltar atrás, na estrada onde agonizava uma cobra
que ousara atravessar e fora colhida; delicio-me a ver os melros roubarem-me os
morangos silvestres do quintal e até guardamos as migalhas para espalhar por lá,
para que rolas, felosas, fuinhos e melros as venham partilhar connosco…
Compreendemos,
alfim, que biodiversidade é conceito urgente a manter, num mundo que preconizamos
mais habitável!
Publicado em VilAdentro [S. Brás de Alportel] nº 185, Junho de 2014, p. 10.
Lembrei-me agora mesmo de como se chama a erva que cresce nas searas e de que nós fazíamos os laços para apanhar osgas e lagartixas: é o balanco!
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