O caso dos
emigrantes portugueses em França pode servir-nos de bom exemplo, quando, vindos
de férias, decidem falar connosco na sua – e nossa – língua materna. E saem,
por vezes, frases deveras curiosas, só perceptíveis, afinal, no seu contexto e
só explicáveis por quem das duas línguas conhece um pouco.
Ora vejam-se estes
exemplos:
– Uma tia
muito atachada, para significar muito dedicada, de grande ligação afectiva (do
francês attachée).
– Salmão
verdadeiro? Tira daí o pensamento! Agora é tudo de elevagem (do francês élévage, criação em viveiro).
– Montámos o
Douro (de monter, subir).
– Prendemos o
autocarro (de prendre, apanhar,
tomar).
Publicado
no mensário VilAdentro [S. Brás de
Alportel], nº 165 (Outubro 2012) p. 10.
Daniel de Sá, ilustre investigador açoriano, escreveu-me, no dia 20:
ResponderEliminar«A respeito de palavras "híbridas" ou com dupla nacionalidade,
deixo-lhe estas, de emigrantes nossos do Canadá ou States. Mas tem de
descobrir por si, o que aliás não é nada difícil.
"Ela olha bem."
"Ele paga atenção."
.........
De facto, são mais umas interessantes curiosidades!... Bem haja!
Peço desculpa, mas discordo dessa explicação que corre também por cá a respeito da origem da palavra "roqueira". Não será de "rocket", quase de certeza. Mas sim da própria palavra "roqueira", que designava uma pequena peça de artilharia, que disparava projécteis de pedra.
ResponderEliminarJá agora, diz-se é "alvarozes". E "pana" aplica-se apenas aos alguidares de plástico, que eram desconhecidos entre nós. Os de barro continuam, obviamente, a ser alguidares.
Daniel de Sá