De acordo
com a legislação em vigor, um urbanizador
foi obrigado a reservar uma parte do seu terreno para uso comunitário. Nessa
época, década de 80 do século passado, era o ténis que andava na berra e, por
isso, optou-se por, no terreno deixado vago a nascente da Rua Júlio Dinis, no
Bairro da Pampilheira (nessa altura, ainda a rua que o serve, a actual Mário Clarel,
não tinha nome), se fazer campo de ténis. Nunca teve, porém, grande uso e,
perante a degradação , por diversas
vezes se pôs a hipótese de a Junta de Freguesia propor para o local outra
utilização que servisse a
comunidade.
No final de
2008, surpreendentemente, a população
é avisada que não estacione o carro na rua, porque vai começar ali a obra de um
Centro de Cidadania Rodoviária de que nunca se tinha ouvido falar; nem o
presidente da Junta estava ao corrente e o próprio presidente da Câmara não
soube de imediato responder ao que se lhe perguntava a esse respeito. Dava a
impressão de ter sido algo vindo do etéreo, porque o norma l,
numa circunstância destas, era os moradores terem sido informados com alguma antec edência e até serem chamados a dar o seu parecer.
Não foram. E, mui sabiamente, o projecto não foi por diante. Deve jazer numa
gaveta qualquer dos serviços camarários, pois que nunca mais dele se ouviu
falar.
Acertou-se,
então, com a presidência da Câmara que, enfim, se daria andamento a um processo
parado no tempo. E parado voltou a ficar, apesar do projecto feito, até que –
também inopinadamente – surge a ideia
de ali se implantar a loja da Cozinha com Alma. Nova reunião de moradores, nova
interpelação à Câmara e, mercê do
diálogo que se logrou estabelecer, acertou-se na instalação
da loja e na simultânea (ou quase) concretização
do parque.
A inauguração do Parque da Pampilheira (exacto, fica na
Pampilheira e não no Cobre, como foi divulgado pela Divisão de Marca e Comunicação do Município) ocorreu na manhã do passado dia 20
de Julho. Uma cerimónia singela, a que assistiram algumas dezenas de moradores,
entre os quais (registe-se) se contou Pedro Mota
Soares , do elenco governamental. Após o descerramento da placa,
o Presidente da Câmara teve ensejo de informar as crianças de que se optara por
um amplo espaço relvado, em vez do tradicional campo de jogos, atendendo ao
facto de anteriores experiências nesse domínio terem provocado mais conflitos
do que serviço à vizinhança. Assim, a relva irá crescer, a refrescar a pista de
bicicletas e o parque infantil, junto à loja da Cozinha com Alma, possibilitará
recreio para a pequenada. Há zona de estar e, na parede norte, um bonito mural
explica «Já não tens idade para andar de triciclo»! – forma alegre de alegrar o
espaço. Os moradores viram também organizada a área de estacionamento.
Congratulamo-nos,
pois, com esta realização , mormente
pelo que ela contém de paradigmático, no envolvimento que a população soube dar e na resposta que o Município e a
Junta de Freguesia (que, naturalmente, vai superintender na manutenção do espaço, na mais ampla colaboração com os vizinhos) lograram dar, para conforto de
todos.
Publicado em Costa do
Sol – Jornal Regional dos Concelhos de Oeiras e Cascais, nº 9, 31-07-2013,
p. 6.
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