Além de muitos amigos e admiradores do intenso
trabalho de dinamização cultural que o autor tem desenvolvido quer em Cascais
quer em Coimbra, fizeram questão de marcar presença estudantes seus, quer da
Escola Profissional de Teatro de Cascais – que inclusive intervieram na
interpretação de alguns poemas ditos a propósito – quer da Escola Superior de
Educação Almeida Garrett.
Abriu a sessão, em nome de Edições Minerva Coimbra (a
editora), a Dra. Isabel Garcia, que pôs em relevo, entre outros, o aspecto gráfico
que quisera dar à obra, designadamente as cores adoptadas na capa e no corpo
por as considerar bem adaptadas ao pensamento de amor à terra manifestado pelos
dois pensadores em análise.
José d’Encarnação (que fora arguente da tese) começou
por evocar a memória de dois vultos da Cultura Portuguesa, recentemente
desaparecidos e intimamente ligados ao autor: Luiz Goes e o Prof. Justino
Mendes de Almeida, (que presidira ao júri de doutoramento). Traçou depois o
percurso biográfico do autor, salientando de modo especial o dinamismo em que o
Professor Carlos Carranca tem sido exemplar, unindo, através da reflexão e da
intervenção cultural, a Escola à Comunidade.
O Professor Eugénio Lisboa, orientador que fora do
trabalho académico em apreço, sintetizou a importância da análise que Carlos
Carranca fizera do pensamento destes dois poetas peninsulares, ambos de nome
Miguel, de referência a um terceiro, o Cervantes do Dom Quixote, mostrando como a noção de casticismo,
autenticidade, implica também o dever de ser interveniente no livre
exercício de uma cidadania que se quer permanente, crítica e humanista.
Emídio Guerreiro, actual responsável pelo Museu Académico
de Coimbra e ligado, também por isso, às homenagens que têm sido prestadas a
Miguel Torga, teceu igualmente considerações acerca do trabalho desenvolvido
por Carlos Carranca nesta sua grande ligação à Lusa Atenas.
Finalmente, o autor – interrompido logo a princípio
por um aluno que saltou para o palco a dizer (portentosamente!) o Manifesto Anti-Dantas, de Almada
Negreiros, que arrancou fartos aplausos da assistência – Carlos Carranca falou
longamente dos autores que estudara, de cujas obras chegou a ler significativos
extractos e da ideologia que ao pensamento de ambos estava subjacente.
Devido a inesperado contratempo de última hora, a
sessão não foi presidida pela vereadora da Cultura, Dra. Ana Clara Justino,
como estava previsto (inclusive porque a edição contou também com o apoio da
Câmara Municipal de Cascais), de modo que José d’Encarnação encerrou formalmente
esta primeira parte da sessão, agradecendo a presença de todos e salientando,
mais uma vez, a densidade de conteúdo cultural dos momentos que ali se haviam acabado
de viver.
A finalizar, o grupo de intérpretes da canção de
Coimbra que normalmente acompanha Carlos Carranca brindou (e deliciou!) a
assistência com um breve espectáculo, em que, como era natural, também Luiz Goes
não foi esquecido.
Publicado em Cyberjornal, 08-11-012:
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