A mostra, que
estará patente ao público até 15 de Janeiro, integra-se, pois, nas iniciativas
que, designadamente nas universidades de Lisboa, Coimbra e Porto, têm
assinalado o centenário do nascimento do artista. Uma homenagem plena de
significado aqui, onde Jorge Amado esteve com muita frequência com sua mulher,
Zélia (de que um dos livros tem por título «Jardim de Inverno» em lembrança do
que era o Jardim de Inverno do Casino), onde autografou alguns dos seus livros,
homenagem realçada pela amizade que nutria pelo director da galeria, Nuno Lima
de Carvalho, que amiúde o acompanhou nas andanças pelo território nacional.
A
galeria registou uma enchente própria dos grandes dias, estando presente também
o Sr. Presidente da Câmara, assim como cerca de duas centenas de amigos e admiradores
da obra de Jorge Amado e dos 46 artistas que, na circunstância, ali expuseram
as suas obras – pintura, escultura, desenho...
Diga-se que se
trata, na verdade, de uma exposição notável, em que não regatearam a participação
os melhores artistas portugueses e brasileiros nossos contemporâneos. Na
impossibilidade de destacar todos, permita-se-nos que, além dos «da casa» como
Nélio Saltão (com um original «Pantanal» de bambu) e Edgardo Xavier, saudemos a
deliciosa escultura «Baianas», de Paulo Ossião (que habitualmente nos brinda
com aguarelas e aqui também nos mostrou Salvador da Baía e Baianas em aguarela);
«Amante da Liberdade», de Gabriel Seixas, muito bem concebida a mulher de
mármore ruivina enleada em rede que um alicate começa a cortar; o pedaço de
barca, de proa erguida e olhos de angústia, de Carlos Ramos, a evocar «Capitães
de Areia»…
São,
de facto, essa e outras obras de Jorge Amado – «Gabriela», «Dona Flor e seus Dois
Maridos», «Tieta do Agreste»… – riquíssima fonte de inspiração; e os artistas cujas
obras estão patentes nesta exposição da galeria do Casino souberam
transmitir-nos pela Arte o que foi a imorredoira obra literária do homenageado.
Lima
de Carvalho teve ensejo, na ocasião, de evocar o que foi a passagem de Jorge
Amado pelo Casino, as iniciativas que se fizeram cá e lá (na Baía).
Não
é lugar-comum: esta é mesmo uma exposição a não perder!
Publicado no Cyberjornal 25-11-2012:
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