Havia,
outrora, o tronco carcomido de alfarrobeira, serenamente lambido pelas chamas
que afastavam humidades – que as paredes já as reviam!... – e fomentavam
convívio. A entretenha antes da deita.
–
Que é que estás pr’aí a escarafunchar? (Era o meu pai a ajeitar um tronquinho
que se escapulira do fogo e minha avó queria ‘conversa’!...).
–
Estou a espevitar o lume, Ti Bia dos Santos! Este tronco deu-lhe uma sulimpampa
(não viu?) e atirou-se cá para fora. Mas olhe que a sua tenaz já não tem jeito
nenhum, é roscofe patente! Precisa de uma de marca corneta!
E
ríamo-nos.
Publicado
em VilAdentro [S. Brás de Alportel]
nº 182, Março de 2014, p. 10.
Joaquim Isqueiro comentou:
ResponderEliminar"Eh,eh,eh... muito bem lembrado, amigo. Aplicando à nossa realidade, dir-se-á que temos uma grande proliferação de "Roscofe's" e a "Marca Corneta" em vias de extinção...Grande abraço, amigo."
Inspirado pela sabedoria popular que a ciência académica nunca destruiu, antes a refinou. Li este artigo, interessantíssimo e muito bem feito, com um gosto muito especial.
ResponderEliminarAurora Martins Madaleno comentou:
ResponderEliminar"Este é mesmo de marca Corneta, Senhor Professor!"
E eu fico muito sensibilizado com a sua apreciação, amiga Aurora!