sábado, 22 de março de 2014

Os nossos frutos, riqueza esperdiçada…

              Está – segundo me disseram – à espera de remodelação o pólo museológico dos frutos secos, em Loulé. Constituía – e espero que depressa volte a constituir – um hino ao aproveitamento da alfarroba e da amêndoa, riquezas que não podemos esperdiçar.
            Custa-me, na realidade, encarar a desvairada situação actual: dum lado, alfarrobeiras, oliveiras, figueiras e amendoeiras por apanhar, por tratar; do outro, uma juventude (e não só) que não tem emprego e queria ter. Apanhar alfarroba ou amêndoa ou mesmo os figos para depois secarem no almanxar é, porém, tarefa que se não coaduna com os estudos que fizeram e é mal paga, em seu entender. Os produtores, por seu turno, consideram que lhes dá menos prejuízo deixarem tudo assim do que pagarem jornas que significam débitos sem contrapartidas.
            Uma situação que todos bem conhecem; uma situação que requer, porém, mui urgente inversão, que exige uma inteligência que, a nível local (não, não vale a pena esperar pelos governos, porque os seus membros disso nada percebem…), meta mãos à obra, ponha a gente a pensar, realize colóquios e… vamos à acção!
            Assim, como estamos, não dá! Há que mudar mentalidades, há que ponderar: cinco, embora pouco, é melhor que zero!...
                                                           
Publicado em Notícias de S. Braz [S. Brás de Alportel], nº 208, 20-03-2014, p. 21.
 

1 comentário:

  1. A Dra. Dália Paulo, Chefe de Divisão de Cultura e Património da Câmara Municipal de Loulé, teve a gentileza (que muito agradeço!) de dar-me a seguinte informação, que corrige o que escrevi acerca do encerramento do Pólo Museológico dos Frutos Secos:

    «O Pólo Museológico dos Frutos foi inaugurado em 1998 (dezembro) e esteve fechado durante mais de ano e meio, tendo reaberto ao público a 1 de fevereiro de 2014. Foi uma das primeiras ações que tomei por várias razões! E, para além da abertura, estão a ser dinamizadas oficinas, em colaboração com o projeto TASA no espaço do Pólo Museológico. Mais informo de que reabriu com a museografia inicial. E que este é um dos espaços do projeto “Loulé, cidade de mercados”, uma iniciativa da sociedade civil e da CMLoulé.».
    Congratulamo-nos!

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