quarta-feira, 19 de março de 2014

Na prateleira - 19

Dream room!
            Fiquei deveras entusiasmado! No sábado, dia 8 de Março, Dia da Mulher, realizou-se a semifinal para apuramento das canções candidatas a Concurso Eurovisão da Canção deste ano. Dez canções encomendadas a dez compositores de estilos diferentes, aos quais competia também escolher o seu intérprete. Estamos a comemorar o 50º aniversário da participação portuguesa neste certame, que, até há uma década atrás, mais coisa menos coisa, ainda despertava o entusiasmo da população e que, hoje, quer pelo figurino adoptado (o voto pelo telefone) quer porque são tantos os concursos e tantas as chamadas a fazer pelo 760, já não despertam o interesse de outrora.
            Porque fiquei entusiasmado? Com a dream room! A cena passa-se, ia-me esquecendo de dizer, na Rádio e Televisão de Portugal. Escrevi correcto: «de Portugal». Mas a sala para onde se refugiavam os intérpretes à espera do veredicto da votação telefónica (muito devem ganhar as operadoras telefónicas com estas chamadas de valor acrescentado!...), recebeu o pomposo nome de… dream room! Não, não é a Casa dos Sonhos, nem o sítio onde, em 28 de Agosto de 1963, o reverendo Martin Luther King proclamou "I have a dream"! De facto, os concorrentes tiveram um sonho; felizmente, que por ser em Portugal, acabaram por ter de escrever as letras em língua vernácula. O sonho deles, porém, escreveu-se em língua… estranha!
            Mas… não é essa estação televisiva (ora a festejar 57 anos de emissões) que solenemente se proclama de serviço público nacional, nosso, portuguesíssimo de gema?!...

Até 2018!
            O título, a 18-02-2014: «Enzo já assinou até 2018». E a abertura: «A renovação de contrato do médio argentino dos encarnados Enzo Pérez merece hoje o destaque do jornal ‘A Bola’».
            Mais uma vez, achei piada. No mundo do futebol, o provisório é definitivo sempre. Ou seja: tudo é definitivamente provisório. O treinador está hoje ‘de pedra e cal’ e amanhã vê lenços brancos a acenarem-lhe. Enzo… onde estará em… 2015?

Chocolate, chocolate!
            Último fim-de-semana de Fevereiro. O mercado da vila de Cascais abriu as portas a uma feira de chocolate. Pondo de parte o facto de a ideia já vir doutras paragens, o certo é que funciona como exposição itinerante e os feirantes são, decerto, os mesmos, a andar de terra em terra.
            Admira, porém, haver tanta gente a fazer chocolate artesanal, um pouco por todo o País, e aqui se ajuntam, com as suas especificidades.
            Diga-se que se torna mui difícil resistir à tentação, tamanho é o aliciante. Fez-se fila para entrar, no domingo à tarde, apesar de o tempo estar de cara façanhuda. E… quem disse aí que era preciso ter cuidado com a diabetes e o excesso de peso e a gulodice? Tentação é tentação e, enquanto há vida há esperança, trinque-se este naco gostoso, porque a gente não sabe como é que amanhã vai ser!
 
Virei no Estoril-Sol
            – Sabes, estava uma fila enorme, deve ter havido um acidente lá à frente, no Monte Estoril. Acabámos por fazer inversão de marcha no Estoril-Sol!
            – No Estoril-Sol?
            Sim, pois. Tens razão, já não há! Teremos saudades?

Transferências bancárias
            Noticiava o Jornal de Negócios de 27 de Fevereiro que «as transferências bancárias online são cada vez mais a escolha preferencial dos portugueses, pois assim se evita uma deslocação ao banco e os custos são menores». No entanto, acrescentava a notícia que «estes custos têm vindo a aumentar e, das 13 instituições bancárias analisadas, apenas quatro continuam a garantir a gratuitidade deste serviço».
            Eu próprio me disponibilizara a usar o processo, no dia anterior, e, como quem não quer a coisa, cliquei sobre a linha onde dizia algo como «veja quanto lhe vai custar a transacção». Reparei que já não era gratuita e… desisti!
            Pensei para com os meus botões: tenho o meu dinheiro no banco; o banco pode usá-lo dentro de certas regras, é certo, mas serve-se dele para o rendibilizar para si (que não para mim, porque juros de depósito à ordem foi chão que deu uvas há muito!...). A transferência sou eu (mão-de-obra) que a faço; tudo é automático, sem intervenção de ninguém. Por que carga d’água é que tenho de pagar comissão? Capitalismo desenfreado é o que é!

Publicado em Costa do Sol – Jornal Regional dos Concelhos de Oeiras e Cascais, nº 37, 19-03-2014, p. 6.

 

2 comentários:

  1. E não é que estou de acordo com tudo o que aqui escreves? Abraço CPFeio -

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  2. Boa noite meu estimado amigo!
    Desta viz vim lÊ-lo...
    Comentando situaçoes da nossa terra.
    Ainda posso dizer Portugal ,mas mais como provincia pobre da Europa...
    Bom sobre festival , futebol., comissoes dos bancos, sobre transitio na sua zona...
    A primeira coisa que quero dizer é que ja nao vejo televisao ha anos , emboar pague e tenha mais de 120 canais. Vejo o MEZZo , Travel Chanel ( que agora ja nem tenho..) e Cançoa nova de vez em quando. .
    Como fiz radio durante mts anos, gosto mais e posso ir fazendo outras coisa enquanto vou ouvindo ...etc
    O que quero dizer é que gosto do seu estilo com uma pitada de ironia e umas entrelinhas mt a proposito. Tn escrevo agora aqui n1 jornalziito dp de tantos anos q escrevi para Canada , Brasil etc, mas partilho aspectos da m caminhada interior...se alguem aproveitar, otimo Senão ..olhe fica no ar o meu sentir . Achi mt interessante a sua participaçao no mundo que o rodeia e nao so, Mrt obrigada e parabens beijo Lucinda

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