O Dr. Mário Brito (de seu nome
completo, Mário Armando
Nogueira Pereira de Brito) nasceu a 6 de Novembro de 1957, e faleceu esta noite
(de 9 para 10 de Agosto de 2015), portanto, com apenas 57 anos.
Desenvolveu
a maior parte da sua actividade na zona norte do País, pois inclusivamente se
formara na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (licenciado em Arte e
Arqueologia e pós-graduado em Gestão Autárquica Avançada), onde chegou a
exerceu docência, como assistente convidado, até 2007, no Departamento de Ciências
e Técnicas do Património. Aliás, colaborara também, como formador, nas universidades
do Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Desempenhou
funções nos Serviços Regionais de Arqueologia da Zona Norte, Museu D. Diogo de
Sousa e Instituto Português do Património Arquitectónico. Prestava agora serviço
na Direcção Regional da Cultura do Norte, tendo sido notável a actividade
desenvolvida, nos últimos tempos, no Mosteiro de Tibães, onde deu corpo a iniciativas
do maior alcance que projectaram o mosteiro – da letargia em que parecia encontrar-se
– para o mundo activo da museologia, depois de ter feito apreciável trabalho na
Câmara Municipal do Porto, onde foi Director de Departamento de Museus e
Património.
Aliás,
a Museologia foi o seu campo de acção predilecto, acompanhado, de resto, por Patrícia
Remelgado. Patrícia criou o notável fórum noticioso pportodosmuseus e Mário
Brito tinha página em Museologia.Porto, onde, no entanto, não escrevia desde 2010.
Preocupava-o a Gestão Cultural, tendo-se envolvido, nos últimos tempos, em acções
relacionadas com as chamadas indústrias criativas e com a criação de emprego cultural.
Poderá
soar a lugar-comum dizer-se que de Mário Brito muito havia ainda a esperar. É, porém,
neste caso, um lugar-comum verdadeiro, porque ora, aos 62 anos, estavam a
concretizar-se os sonhos acalentados mercê da longa experiência adquirida.
A
Museologia, a Cultura ficam mais pobres – também este (que se me perdoe!) é um
lugar-comum, mas há que dizê-lo.
Sabemos
que, à sua maneira, Patrícia Remelgado dará corpo, na medida do possível, a
alguns dos projectos programados a dois. E que se me permita referir quão
grande foi, por exemplo, o êxito de duas iniciativas semelhantes que se lhes ficaram
a dever, e em que tive a honra de, a seu convite, participar: a 14 de
Novembro de 2013, o Seminário Turismo e
Património Cultural: Oportunidades e Desafios, realizado na Casa das Artes
do Porto, por iniciativa de Pportodosmuseus, com a colaboração da Direcção
Regional de Cultura do Norte; e, a 28 e 29 de Março de 2014, idêntico Seminário
Turismo e Património Cultural:
Oportunidades e Desafios, levado a efeito no Auditório Millennium bcp,
Lisboa, por iniciativa de Pportodosmuseus e da Fundação
da Juventude.
Permita-se-me, ainda, que assinale o
entusiasmo que emprestou, a 14 de Março de 2013, à comunicação «Tibães de
portas abertas!», dando conta do aumento de receitas que lograra obter,
inclusive disponibilizando o espaço para campanhas de publicidade (de moda, por
exemplo); a sua vontade de dar vida à cerca monástica, que tem 33 hectares até então praticamente
desaproveitados; o envolvimento com a comunidade local que já lograra obter; os
«sabores beneditinos» que tinha em mente promover… Depois da sua intervenção,
ficámos todos com vontade: «Vamos lá?!». Leio nos meus apontamentos esta frase que
anotei (estava a presidir à sessão): «Uma panóplia! Quem diria que se está a
falar apenas de um mosteiro!».
Essa, pois, a imagem que me fica do
Amigo e do Lutador.
Que descanse em paz!
José d’Encarnação
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