Fig. 1 - Cuca Roseta, por Brian Adams (Outº 2014) |
O que Luís Viegas Mendonça ora nos
mostra na galeria do Casino Estoril é, porém, o culminar de um aperfeiçoamento
artístico do melhor que tenho visto.
Primeiro, porque foi escolhido como
tema o corpo feminino, sempre mais gracioso (queiramos ou não) do que a figura
masculina; depois, porque se trata de 25 fotografias a preto e branco, onde o
jogo da luz e da sombra desempenha relevante papel estético, para além – é
claro! – da forma como os modelos se posicionam, a emprestar inigualável beleza
ao conjunto, na medida em que – e esse é um aspecto deveras notável – se não
tenha cedido um milímetro à fácil tentação de sugerir uma pontinha que fosse de
erotismo. Nada disso! É a Mulher (exacto, com letra grande!), é o corpo da
Mulher a transmitir-nos uma enorme sensação de serenidade, envolvido em ímpar
halo de beleza (Fig. 3).
Costuma dizer-se que é «exposição a
não perder» e o apelo pode, por vezes, soar a corriqueiro ou banal. Aqui,
porém, assume pleno significado: é mesmo exposição a não perder e a ser vista,
aliás, sem pressas.
Fig. 4 - Luís Mendonça com Nuno Lima de Carvalho, director da galeria |
O
autor, Luís Viegas Mendonça (Fig. 4) – conta-nos a informação distribuída à
imprensa –, nasceu em Lisboa, a 7 de Novembro de 1958. Iniciou-se na fotografia
em 1974, como amador, tendo mantido essa actividade até hoje. De 1979 a 1983, trabalhou no
Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto (fotografia médica). Simultaneamente,
de 1981 a
1983, foi fotógrafo de moda para as Confecções Pulido e para a cadeia de lojas
Chez Elle. Tem trabalhos publicados em livros de várias áreas, em brochuras
publicitárias e em revistas da especialidade. É autor do livro “Arte Nua – A
Beleza da Forma” e co-autor de “Olhar a Nu”. Foi distinguido, entre outros
galardões, com o 1º Prémio, na categoria “Fashion”, dos 2016 Hotshoe Black
& White Photography Awards (2016 Fashion Photographer of the Year).
Uma
nota muito positiva também para o catálogo, cuja abertura é da autoria do insigne fotógrafo António Homem Cardoso, que, na sua simplicidade (ia a
escrever «nudez»), nos diz muito mais do que elaborados memorandos. O texto
«NUS NO. (ponto)» constitui – não apenas na sagaz originalidade do título – um hino
à beleza da arte fotográfica: «Os sonhos passam ao largo dos olhos,
reflectem-se neles, para logo depois se fundirem nos tons quentes do leito da
ternura». Lindo!
A
exposição «Arte Nua – A Beleza da Forma» vai estar patente até 18 de Abril.
José d’Encarnação
Fig. 2 - Capa do CD «Nua», de Gisela João |
Fig. 3 - Uma das fotografias da exposição «A Beleza da Forma» |
Sem comentários:
Enviar um comentário