Assim
se galardoa o esforço feito, em conjunto com a população
e outras entidades, no combate à desertificação ,
um dos problemas mais graves que todos estamos a sentir, não apenas no Algarve
mas em todo o País e, por mais que os políticos, nas campanhas eleitorais,
prometam mundos e fundos no sentido de o solucionar, quando eleitos, depressa
as promessas são esquecidas. A In Loco, porém, sem grande alarde, lá vai
fazendo o seu trabalho de sapa, com mui evidentes êxitos, inclusive alicia ndo para o seu âmbito as camadas mais jovens
da população .
Tem
sido preocupação da In Loco a promoção de hortas urbanas em terrenos devolutos, onde se
inicia a prática de uma agricultura ‘biológica’, ou seja, sem recurso a
produtos químicos, que fazem crescer depressa, mas, no final, não logram sugar
da terra os ingredientes que mais os deveriam enrique cer
do ponto de vista alimentar.
Outra
das actividades que muito apraz registar é a organização
de mercados locais, onde, felizmente, a população
começa já a acorrer, porque compreende a diferença de sabor entre uma folha de
alface das grandes superfícies e a que resulta de uma horticultura «sem
químicos», à maneira tradicional.
Assim,
com o exemplo, se criam novos hábitos, se mudam mentalidades, se começa a olhar
com outros olhos para esta nesga de terreno sedenta de produzir e que os
proprietários deitaram ao abandono…
Caminhava,
outro dia, junto ao leito de uma ribeira. Uma senhora aí dos seus 60 anos
ajeitava a terra junto aos loureiros, que lhe bordejavam o terreno, pelo
aspecto, lavrado há já bastante tempo. Meti conversa:
‒
Preparando a sementeira, não, vizinha?
‒
Ná! Hoje já não se assemeia nada, senhor!
No
1º de Maio, a caldeirada foi, como de costume, no barracão de uma horta. Havia
umas alfaces, cebolo, alhos, um canteiro de coentros…
‒
Então e batata s, amigo Manel, está
no tempo delas!
‒
Dão muito trabalho! Fica muito mais barato ir comprá-las à mercearia ali, sem
estar com preocupação de regar, de
pôr produto contra a moléstia… Deixei-me disso!
A
In Loco não deixa. E, por isso, está de parabéns!
José d’Encarnação
Publicado em Noticias de S.
Braz [S. Brás de Alportel] nº 246, 20-05-2017, p. 11.
Erros nossos pecados antigos - voltemos à realidade, caro Zé Manel! Belo exemplo aqui deixado. abraço Edgar
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