Está patente na Galeria de Arte
do Casino Estoril a exposição “Lá
do Sol… … Para lá do Sol”, da autoria do escultor Filipe Curado. 12 elementos escultóricos, onde o rigor da
matéria define cenários e atmosferas aparentemente familiares aos nossos olhos.
Com entrada gratuita, até 18 de Abril.
É a segunda vez que a galeria acolhe, individualmente, as obras do
escultor nascido em Leiria (1978), que aos 20 anos se iniciou nesta difícil
arte de fazer o mármore falar. E nós, que temos os cinzentos ruivinas de Rio de
Moinhos, os verdes de Viana do Alentejo e, sobretudo, os brancos e os rosados
de Estremoz / Vila Viçosa, da predilecção de Filipe Curado.
Escreve-se no catálogo (também ele uma ‘peça’ a guardar!) que o mármore,
sendo «cerne da própria terra, recria aqui paisagens que nos propõem uma viagem
imaginária para lá do nosso horizonte, onde o sentido de elevação e a
coexistência de pontos opostos cria momentos idílicos». Palavras bonitas, sim;
contudo, até não deixam de ser verdadeiras para quem, com algum vagar, se
detenha perante as propostas do escultor: aquela árvore como que postada, só,
no cimo da montanha; ou aqueloutras, agrupadas, como que a galgar distâncias… E
tudo numa claridade que não ofusca mas convida à reflexão.
Tente, amiga(o), dar uma saltada para ver de perto; caso não possa, não
deixe de dar uma olhadela – sem pressas! – às imagens que ilustram esta mui
singela mensagem.
José d’Encarnação
Publicado em Duas Linhas, 7 de Abril de 2022: https://duaslinhas.pt/2022/04/a-arte-de-fazer-o-marmore-falar/
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