Claro que trabalho de canteiro requeria forja por perto – e disso nos íamos esquecendo!
É que, na verdade, o trabalho do ferreiro tem muito que se lhe diga, desde a manutenção do fogo ao aparentemente simples aguçar dum ponteiro. Toda uma ciência que não vem nos livros (nem poderia vir!), porque haurida em anos e anos de experiência ciosamente transmitida de pais para filhos ou de amigo para colaborador de confiança.
Parte-se o bico do ponteiro ou fica rombo o corte do escopro? Há que arranjá-lo!
A forja era, habitualmente, uma barraca em pedreira mais ou menos central, para servir as que houvesse derredor
Elemento fundamental a forja propriamente dita, fornalha onde ardia vivo o carvão de pedra, atiçado por um ‘fole’ de manivela. Era nas brasas que se punham as ferramentas, até ficarem em brasa.
Com o martelo, o ferreiro batia-lhes então, a jeito, para obter o que se pretendia. Operação que se repetia duas ou três vezes, porque só quando a ferramenta estivesse em brasa é que tinha a maleabilidade bastante. Não se pode… malhar em ferro frio!...
Ia depois a temperar, numa pia com água. E no tempo desse tempero residia a ciência, para que o aço ficasse a preceito e não partisse à primeira pancada.
Publicado em VilAdentro [S. Brás de Alportel], nº 151-152 (Agosto/Setembro 2011), p. 10.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
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