E,
na verdade, as comemorações do VI centenário tiverem pompa e circunstância.
Para além da inauguração de alguns
equipamentos, realizaram-se concertos, fizeram-se conferências e, sobretudo, escreveram-se
livros. A chamada ‘colecção do centenário’
constitui ainda hoje um repositório extremamente válido do que sobre Cascais
então se deveria dar a conhecer nos mais diversos campos da história e da
ciência. Recorde-se, a título de exemplo, a monumental obra Cascais Vila de Corte, de Ferreira de
Andrade, que relata a história da vila até 1964 – que viria ser complementada
com um suplemento a abarcar a sua história de 1964 a 1972.
Foi,
pois, afinando pelo mesmo diapasão que o presidente da Câmara convocou para a noite
de 2ª feira, dia 8 (o dia em que efectivamente Cascais, em 1370, alcançou
alforria em relação a Sintra), personalidades
ligadas à vida cascalense, a fim de as auscultar e de, para já, lhes manifestar
a disponibilidade de se levar a cabo ampla e suculenta comemoração dos 650 anos, no decurso de 2014. Isso mesmo
declarou a abrir a sessão no auditório do Centro Cultural de Cascais, que
estava lotado.
Foram
escolhidas três personalidades para, de certo modo, darem o mote. Assim, José d’Encarnação procurou mostrar como, ao longo da História,
Cascais manteve identidade própria e é essa identidade que ora cumpre valorizar
e divulgar, para que a população
sinta quão agradável é viver numa terra com memória. Margarida Ramalho, ligada
aos estudo da arquitectura de veraneio e das fortalezas, sublinhou nomeadamente
o papel da Fortaleza de Nossa Senhora da Luz e das casas nobres que, mormente a
partir da 2ª metade do século XIX, aqui se foram erguendo. João Miguel
Henriques, por seu turno, na qualidade de director do Arquivo Municipal, mostrou
o trabalho imenso que nesse domínio se está a fazer, de forma a proporcionar a
toda a população e aos investigadores,
em especial, o acesso a um acervo documental de vulto.
José
d’Encarnação coordenaria, de
seguida, as intervenções do público presente, começando pela vereadora da
Cultura, Dra. Ana Clara Justino. Mas interpelou também o Dr. António Carvalho , ex-director do Departamento da
Cultura da Câmara; Nikolau Lalov, o dinâmico responsável pela Orquestra de
Câmara de Cascais e Oeiras; Nuno Lima de Carvalho, incansável director da
galeria de arte do Casino; Jorge Castro e Ricardo Alves, dinamizadores de saraus
de poesia; Ricardo Carriço (da Confluência) e Paulo Morais (do Palco III)
ligados ao teatro (entretanto, Carlos Avilez tivera que ausentar-se, porque o TEC
está nos últimos ensaios da peça a estrear no próximo sábado)…
Enfim,
trocaram-se impressões no domínio das artes, das letras e das mais variadas actividades
susceptíveis de adornarem o ramalhete que se pretende venham a ser as comemorações
de 2014.
Carlos
Carreiras fez questão em encerrar a sessão, dando conta de algumas das
actividades que já estão em curso e que poderão vir a ganhar novo fôlego com o
pretexto de Cascais ter sabido guindar-se à categoria de vila com mais de 650
anos de história, pois que também os tempos pré-históricos e a época romana
foram devidamente salientados.
Publicado em Cyberjornal, 2013-04-09 (com fotos de Guilherme Cardoso):
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