Vem
esta reflexão a propósito de uma notícia que li, já lá vão bastantes meses, acerca da Quinta de Marim, que fica na freguesia de
Quelfes, Olhão, em pleno Parque Natural da Ria Formosa. Dizia-se aí que se
projectava para o local um centro de observação
da Natureza, dada a riqueza e variedade de espécies tanto vegetais como animais
ali existentes; a intenção era,
aliás, também a de recuperar aves selvagens e, até, o bem conhecido cão de
água, genuinamente português.
Rejubilei,
porque, na verdade, tudo o que sirva para preservar a biodiversidade e, por
outro lado, para levar os seres humanos a melhor usufruírem dos dons da
Natureza me merece o maior apoio.
Não
se pense, porém, que só agora o Homem se interessou por esta quinta! Procede daí
mais de uma dezena de bonitos epitáfios romanos, a recordar que, há 2000 anos
atrás, nela prosperaram várias famílias, de que falam também os não
despiciendos vestígios arqueológicos.
Por
conseguinte, faça-se o centro virado para as actividades de Natureza; não se
abandone, porém, a ideia de reabilitar igualmente esse eloquente testemunho do
passado!
E,
sobretudo, pense-se que não basta fazer: urge dar seguimento! A Comunicação Social tem mostrado grandes projectos
megalómanos, em que se enterraram milhões e que estão, hoje, no mais completo
abandono!
Idealize-se,
sim, mas com os pés bem assentes na terra!
Publicado em Noticias de S. Braz, nº 197, 20-04-2013, p. 21.
Sem comentários:
Enviar um comentário