E
lá vem ele. Não lhe sei o nome. Guarda o prédio do meu vizinho, que raramente
está cá e, por isso, quando sobra ossinho de jeito, não hesito e vou lá dar-lho.
Surpreendi-me
quando assim o chamei pela primeira vez. E dei-me conta de que era assim (ou,
talvez, ‘pôche, pôche’) que meu pai chamava o nosso cão (sempre tivemos um),
fosse qual fosse o seu nome. Donde virá a palavra não no sei; do francês
«bouche», ‘boca’, que é como quem diz «Anda cá, menino, que tenho algo para
trincares!»? Quem sabe?!
Como
também os gatos, sempre os chamámos «bechanina, bechanina, bechanina!...». E
eles percebiam. Aliás, eu acho que os animais de companhia depressa aprendem as
nossas vozes e se apercebem, pelo tom, o que é que deles queremos.
Propôs-me
o Sr. Padre Afonso que eu desse conta aqui do que ele, a esse propósito, já
investigara. Cá vai, com o meu agrade cimento:
Gato:
bechana, bechana, bechana (Cachopo e Olhão).
Cabra: bija, bija, bija (Cachopo).
Galinha:
pita, pita, pita (Fuzeta e Alvor); piu, piu, piu; gacha, gacha, gaxinha
(Alportel).
Pato:
pata, pata, pata (Alvor).
Porco:
chico, chico, chico (Olhão).
Publicado em VilAdentro [S. Brás de Alportel] nº 176, Setembro de 2013, p. 10.
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