É,
porém, estratégica a sua localização e, por isso, os Romanos, logo nos primórdios
do século I da nossa era, para além de ali terem assentado uma das suas
legiões, a VI Félix, pensaram em criar aí um centro político-administrativo.
Assim nasceu Lucus Augusti, capital
de vasta circunscrição administrativa (o chamado conventus Lucensis). Lucus Augusti significa, à letra, «o bosque de
Augusto», como se o primeiro imperador romano tivesse querido, com essa
designação, convocar as divindades indígenas para abençoar a sua nova
conquista.
Estão
suas actuais muralhas, datáveis do século III, classificadas como património mundial
pela UNESCO e, como é óbvio, dado que a área urbana (vide fig. 1) continuou a
ser habitada ao longo dos séculos, sob o casario hodierno jazem as mansões dos
romanos de outrora. Por conseguinte, sempre que é levada a cabo uma nova obra,
de remodelação ou de construção de raiz, há necessidade de prévia intervenção
arqueológica; e a preocupação tem sido de preservar o que é de preservar ou
simplesmente registar os achados se não representarem vestígio de vulto, digno
de ser musealizado.
Isto
significa que, na actualidade, Lugo se apresenta como cidade de visita obrigatória
para quem se interessa pelo passado e pela Arqueologia peninsular. As entidades
locais souberam investir na recuperação de edifícios romanos significativos,
mantendo-os no subsolo das construções, abertos à visita dos interessados.
Fig. 2 - Reconstituição virtual do peristilo (pátio interior)
da Casa do Mitreu
Aí
se encontrarão, pois, não apenas os restos desta civilização milenar, mas as
explicações do que se vê, disponibilizadas quer através de folhetos e de
monografias, quer, de modo especial, de reconstituições virtuais, em vídeos que
são passados aquando das visitas. Por exemplo, a «Casa do Oceano» (tem
esplêndido mosaico colorido com representação central do deus Oceano) e a «Casa
do Mitreu» (integra um local de culto ao deus Mitra) constituem, assim, bem singulares
pólos de atracção desta progressiva cidade galega.
Publicado in Observatório de Turismo (Newsletter do Departamento de Turismo –
Faculdade de Ciências Sociais, Educação e Administração – ULHT) nº 2,
05.12.2013.
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