Na casa do Manel
(e os netos já se habituaram a isso) é assim:
–
os jornais vão para casa da Dulce, que tem um cão necessitado de letras para
‘casa-de-banho’ (!);
–
o papel liso (salvo o cartão canelado e afins, destinados ao papelão)
entrega-se na Fundação S. Francisco
de Assis, que tem protocolo com uma empresa; o dinheiro auferido com a venda
ajuda as despesas da benemérita instituição ;
–
as rolhas vão para o rolhão (hábito que se iniciara na terra da cortiça, S. Brás
de Alportel, pioneira nesse tipo de aproveitamento);
–
as tampas de plástico destina-as a vizinha, D. Carmo, a uma outra instituição que as ajunta para a cadeira de rodas;
–
o outro plástico segue para o respectivo contentor no ecoponto, para onde também
se encaminham, naturalmente, todos os vidros;
–
as migalhas acareiam-se e põem-se no murete do jardim, para a passarada;
–
os ossos são petisco apreciado pelo canito do vizinho;
–
o lixo de jardim, claro, recolhe-o a Cascais Ambiente, sempre que solicitada,
assim como os ‘monstros’ que já não servem para nada, porque os que servem
entregam-se a uma instituição que os
trata e distribui por famílias necessitadas; aliás, idêntico destino aguarda as
roupas usadas ainda em bom estado;
–
há bidões para recolha da água da chuva, bem apreciada pelas plantas dos vasos
sob o telheiro;
–
pilhas para o pilhão, óleos para o oleão da estação
de serviço ao pé; cápsulas de café para o recipiente que as aguarda na ‘grande
superfície’ aonde vão fazer as compras e onde também há depósito para electrodomésticos
sem reparação que valha a pena;
–
Radiografias antigas seguem para a delegação
da AMI ou para a farmácia do costume, que também acolhe os medicamentos fora de
prazo (e agora as escolas de Sintra até têm um concurso de ‘corrida de sacos’,
a ver qual a escola que arranja um saco mais pesado!).
Compostagem
de lixo orgânico não faz, mas guarda o que é possível quer para a vizinha do
lado, que tem, ou para o irmão que ora se dedica à pequena horta que recuperou.
No entanto, as cascas das laranjas, além de poderem servir para doce, estão
agora, à experiência, a arder na salamandra, para espalhar um cheiro bom pela
casa.
«Vou mandar o trailer»
Ouvi
a informação e fiquei a pensar
comigo mesmo: «O que é que a senhora me vai mandar? O trailer? Trólei sei o que é, havia muitos em Coimbra (e ainda há
alguns) quando fui para lá dar aulas. Agora, trailer!... «Googlei» (pronto, esta eu tenho de usar, porque não há
outra possível!) e… li: «Um "trailer" de filme costuma
apresentar as cenas escolhidas com frases de efeito superpostas às cenas ou com
um narrador motivando o espectador a assisti-lo». Desculpa-se a tradução automática do «assisti-lo» e fica-se a saber o
que é, em linguagem cinematográfica. No entanto, no caso em apreço, o que a
senhora se comprometera a enviar era assim como que a modos de um esboço, um
projecto (esta, sim, palavra de moda!), um apanhado alicia nte
do que pretendia realizar.
Creio,
porém, que o envio ficou pela intenção .
E a proposta ainda não chegou! Não é assim do pé prá mão que se faz um trailer, não acham?
Como identificar?
Confesso
que não sei como hei-de explicar-me para anunciar as actividades a realizar na
galeria do que foi a sede da antiga Junta de Freguesia do Estoril. Soa-me mal o
«antiga», porque o edifício continua a ter as mesmas funções de outrora, ainda
que – por uma obediência (por muitos considerada ‘cega’) aos ditames do
‘Governo Central’ de Lisboa, que do resto do País pouco parece perceber – agora
a freguesia seja Cascais-Estoril, a mais populosa e maior em extensão de todo o
Portugal. Se calhar, aí está a razão: tínhamos que ser os maiores!
E
cá fico à espera que me esclareçam como deve agora identificar-se o sítio.
Publicado em Costa do Sol – Jornal Regional dos Concelhos de Oeiras e Cascais,
nº 27, 18-12-2013, p. 12.
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