Um
durão: proeminência inusitada no corpo, intumescimento natural motivado por
pancada (um ‘alto’ ou um ‘galo’, quando é na cabeça, à semelhança da crista do
galináceo…) ou inesperada excrescência vinda de dentro resultante de inflamação .
Não,
não vêm ao caso as eminências, sobretudo não as «pardas» (que tantas há por
aí!...). Essas carecem doutro tratamento, para que desçam ao nível donde nunca
deviam ter saído e melhor entenderem os demais. Falemos, sim, de algo mais comezinho,
do dia-a-dia.
Assim,
quando se ia à mercearia e se comprava uma rasa de milho:
–
Ó vizinho, ponha-me isso bem acagulado,
a fazer camoiço!
Pois
era: mais uns grãozinhos poderiam vir pelo mesmo preço, se o merceeiro não apertasse
a rasa (ou rasoira) para desfazer o cogulo…
Claro,
a palavra correcta é acogulado e, curiosamente, cogulo vem do latim: cucullus, que tem o significado de capa,
capuz. Era o cogulo assim a modos daquilo que cobria, a parte de cima e, como
ficava acumulado, mais pareceria um capuz.
Já
camoiço (também usado já como apelido) é, seguramente, uma corruptela popular
de camouco, «crosta», «amontoado».
De
camoiços e cogulos gostamos quando nos beneficiam; já as eminências, se
calhar, habitualmente dispensamo-las bem…
Publicado
em VilAdentro [S. Brás de Alportel]
nº 179, Dezembro de 2013, p. 10.
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