segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A Câmara de Oeiras apoia a Arqueologia

              Foi pequena a sala de actos do Palácio do Marquês de Pombal para receber, na tarde de sexta-feira, 11, quantos – nomeadamente arqueólogos – quiseram assistir à apresentação do volume 21 (2014) dos Estudos Arqueológicos de Oeiras, revista editada pela Câmara Municipal.
            Na Sala dos Reis ia ser inaugurada, de seguida, a exposição documental intitulada «Arqueologia Subaquática do Concelho de Oeiras» e, por isso, sentaram-se à mesa da sessão, além do Presidente do município, Dr. Paulo Vistas: o Director-Geral do Património Cultural, arquitecto João Carlos Santos; o apresentador do volume, Professor Victor S. Gonçalves, responsável pela UNIARCH, centro de investigação da Faculdade de Letras de Lisboa, do qual vários membros viram neste número publicados os seus textos; o director do CHAM – Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar (Universidade Nova de Lisboa); e o Professor João Luís Cardoso, editor científico da revista, que, sozinho ou em parceria, assina 11 dos 19 textos do volume.
            Na sessão teve-se ensejo de encarecer o papel preponderante – e nunca regateado – que o município de Oeiras tem desempenhado no estudo e na constante divulgação da Arqueologia local (e não só!), o que lhe confere lugar ímpar no contexto nacional.
            A quase totalidade dos artigos publicados prende-se com a área da Pré-história, sendo excepção apenas os «novos dados para o estudo de Chões de Alpompé – Santarém», onde se sugere que o sítio poderá ter «permanecido ocupado, pelo menos em alguns dos seus sectores, até ao reinado de Augusto», ou seja, mesmo depois do conflito sertoriano.
            De louvar a publicação (p. 429-460) de parte da tese de licenciatura de António Cavaleiro Paixão, defendida em 1970 na Faculdade de Letras de Lisboa, dedicada à necrópole do Olival do Senhor dos Mártires (Alcácer do Sal), onde este arqueólogo, falecido em 2014, levara a cabo campanhas de escavação, cujos resultados nunca haviam sido dados à estampa. Iniciativa mui meritória, pois.
            Evocam-se as figuras singulares de Abel Viana, o arqueólogo que trouxe Beja para as primeiras páginas da Arqueologia nacional, e Virgínia Rau, na sua – quiçá desconhecida – faceta de docente de Pré-história e, até, com artigos publicados nessa área do saber, quando o habitual é vermo-la como historiadora da Idade Média portuguesa.

                                                                                  José d’Encarnação

Publicado em archport: Mensagem Nº 20853, Mon, 14 Dec 2015 15:40:43
Fotos gentilmente cedidas por Guilherme Cardoso.
João Luís Cardoso fala da actividade camarária no âmbito da Arqueologia
 
Visita guiada à exposição sobre Arqueologia Subaquática

Um dos painéis a documentar a actividade arqueológica subaquática -
a legal, dentro das regras, e... a caça ao tesouro, clandestina!

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