O pintor António Joaquim com o director da galeria, Nuno Lima de Carvalho |
Uma das aguarelas de António Joaquim |
Não
é agora o Salão de Outono um palco a que concorressem artistas na esperança de
que as suas obras fossem seleccionadas por um júri e, até, quiçá galardoadas. A
maioria dos 34 artistas representados – e quase todos estiveram na inauguração – são presença habitual na galeria, onde muitos
têm feito exposições e onde, aliás, alguns até iniciaram a sua carreira.
O
que encanta, pois, numa exposição
colectiva de pintura e de escultura como esta é a rica diversidade de estilos,
ainda que alguma das obras nos pareça já ali a termos visto; mas é sempre bom
rever o apurado geometrismo de um Nadir Afonso (que recentemente nos deixou),
as suaves aguarelas de Paulo Ossião, os estranhos óleos de Albino Moura, os
dourados acrílicos de Diogo Navarro, os ecos em Nélio Saltão da sua exposição no Centro Cultural de Cascais (a geometria dos
apetrechos de pesca…), o abstracto colorido de Edgardo Xavier (também ele um
‘homem da casa’), o africano exotismo de Neves e Sousa num hino à cor…
Percorre-se
a mostra uma e outra vez e há sempre novidades a assinalar, pois são 67 os
trabalhos expostos. O surrealismo de Mário Vitória, de cavalos alados, barcos e
bicicletas; a estilizada elegância roxa de «Vaidade», um óleo sobre tela, da
autoria de Lima Carvalho; as aguarelas de João Feijó, a recordarem-nos as algas
de Stella de Brito; as sugestivas esculturas de Abílio Febra em pedra vermelha
de Negrais e mármore de Estremoz / Vila Viçosa; os azuis do cabo-verdiano David
Levy Lima; a originalidade cativante das duas telas de Branislav Mihajlovic, o
sérvio de Belgrado que reside em Cascais desde 1992...
Realce-se
também a excelência do catálogo (coordenado por Pedro Lima de Carvalho), que,
além da abertura (da autoria do director da galeria, Nuno Lima de Carvalho) e
de uma biografia de António Joaquim, reproduz uma obra de cada um dos 34
artistas presentes, dos quais é referido também sumário currículo.
Alguns dos artistas que marcaram presença na inauguração |
Aquando
da concorrida inauguração , usaram da
palavra o director da galeria e Edgardo Xavier (na sua qualidade de membro da
Associação Internacional de Críticos
de Arte), para expressarem todo o apreço a António Joaquim, à sua obra e ao seu
querer.
A exposição estará patente
todos os dias, das 15 às 24 horas, excepto no dia 24 de Dezembro, até 12 de
Janeiro de 2016.
Entrada
livre (para maiores de 18 anos).
José d’Encarnação
Publicado em Cyberjornal, edição de 02-12-2015:
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