Justifica-se
a outorga por o distinto sacerdote, além da sua missão apostólica e docente –
como é apanágio dos salesianos –, se haver dedicado intensamente a dar a
conhecer a história da Congregação Salesiana
em Portugal, tendo publicado as seguintes obras:
Significado dos Lusíadas, 1958
A questão operária: resposta de Dom Bosco,
1961
S. Paulo e a condição da mulher – Um desafio à Igreja de hoje,
1990
Centenário da Obra
Salesiana em Portugal, Lisboa, 1995
Os Salesianos em
Portugal (1894-1994), Lisboa, 1998
Oficinas de S. José –
Os Salesianos em Lisboa, Lisboa, 1999
Primeira presença dos
Salesianos em Portugal, Lisboa, 2000
Os Salesianos no
colégio de S. Caetano de Braga, Edições Salesianas, 2006
Nos Primórdios da Obra
Salesiana em Portugal, 2007
Primeira Presença
Salesiana em Timor: 1927-1929, 2007
O Dealbar da Obra
Salesiana em Macau, 2007
Os Salesianos em
Moçambique, por Amador Anjos e J. Adolfo Vieira, 2008.
Foi
uma cerimónia singela mas plena de emotividade, que juntou os irmãos da Comunidade
Salesiana de Manique, o bispo auxiliar de Lisboa, D. Joaquim Mendes (salesiano)
e alguns dos seus antigos alunos.
O
Padre Amador tem profundas ligações ao concelho de Cascais, pois – embora natural
de: Fermentãos, Sendas (Bragança), onde nasceu a 25 de Janeiro de 1919 – foi no Estoril que deu os seus
primeiros passos na vida religiosa, de 1937 a 1952, tendo sido professor, de 1957 a 1967, no estudantado filo sófico de Manique.
Tive
a honra de ser seu aluno de Literatura Portuguesa no ano lectivo de 1962-1963,
no meu 6º ano dos Liceus, e ainda guardo religiosamente as folhas
dactilografadas com os exercícios de análise literária que ele, na sua letra
miudinha, me corrigiu e anotou, a vermelho.
Assumo-me
como docente e, nesse âmbito, naturalmente, como escritor. Pode dizer-se, por
vezes, que uma pessoa nasce isto ou aquilo; eu tenho, porém, a consciência
plena de que, se posso assumir-me como ‘escritor’, o devo à minha professora
primária, Zulmira Fialho Faria, da então chamada «escola do Ereira», que frequentei
de 1951 a
1955, que sempre me incentivou, e aos docentes que tive nas escolas salesianas,
entre os quais o Padre Amador dos Anjos assumiu papel preponderante, pelo
cuidado que punha em burilar o que eu escrevia. Claro que, no âmbito do jornalismo,
tive dois mestres: o João Martinho de Freitas (director do Jornal da Costa do Sol) e,
de modo especial, José Júlio de Carvalho, que minuciosamente me revia todos os
textos. (E permita-se-me que abra um parêntesis para evocar, neste âmbito, o
exemplo de Júlio Correia de Morais; cujo estilo de escrita era, nas suas
crónicas, para a época – anos 60 e 70 – verdadeiramente incomparável).
Voltando
ao Padre Amador: já tive ocasião de testemunhar todo o contentamento por, de
certo modo, também o acolher na minha Academia, onde entrou de pleno direito.
Regozijo-me, como antigo aluno salesiano; e esta homenagem constitui – deve constituir!
– também motivo de orgulho para a população
cascalense, não só por ter ocorrido no seu território, mas porque o
homenageado, ora nele residente, desenvolveu uma actividade pedagógica e
cultural intimamente ligada a Cascais, nomeadamente no Estoril e em Manique,
como se assinalou.
Professores Manuela Mendonça e Armando Martins ladeiam o laureado, Padre Amador dos Anjos |
Padre Amador dos Anjos, com o colar da Academia Portuguesa da História e respectivo diploma |
O grupo de salesianos e amigos do homenageado, em «foto de família» no jardim da casa salesiana de Manique |
Exemplo da passagem de um exercício escrito meu, de análise literária, com as correcções, a vermelho, em letra miudinha, do Padre Amador (1962) |
José d’Encarnação
Belo testemunho, que vou guardar religiosamente. Há ainda muitos talentos salesianos que merecem ser louvados pela sociedade portuguesa. O meu meu apreço e um grande obrigado, ao meu muito querido amigo Armando Morais.
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