domingo, 6 de outubro de 2013

Salesianos de Manique – 60 anos!

            Num ambiente muito familiar, decorreu, no passado sábado, 28, a comemoração dos 60 anos da ‘chegada’ dos Salesianos a Manique.
            O que é, hoje, no concelho de Cascais, uma escola de referência, dotada das mais modernas instalações, que servem não apenas os seus estudantes mas também à comunidade, foi, nos primeiros tempos, a escola de formação dos que desejavam seguir a vida monástica nas fileiras da Congregação Salesiana: o Instituto Missionário Salesiano.
            Aí funcionaram, sensivelmente até 1980, o Noviciado, o ano de reflexão antes de se proferirem os votos religiosos que constituíam a entrada oficial na Congregação; a Filosofia, cinco anos de estudo quer dos programas do Curso Liceal de então quer de programas específicos de aprendizagem do pensamento filosófico, nomeadamente católico. Houve, também, a princípio, a Teologia, último período, de quatro anos, antes da ordenação sacerdotal; mas depressa se pensou que tanto a Universidade Católica como outros centros de ensino salesiano espalhados pela Europa poderiam ser mais eficazes nesse complementar da formação, passando, pois, a casa de Manique a ser residência para esses estudantes salesianos até 1996. Hoje, na parte do edifício que era do Noviciado, funciona também uma residência, mas que acolhe os salesianos idosos, já retirados da actividade.
            No momento em que começaram a escassear as vocações, nomeadamente a partir da década de 70 do século passado, os Salesianos compreenderam que se tornava necessário – na sequência da abertura à comunidade, através do chamado «oratório» dominical – optar por seguir o que sempre fora a vocação salesiana: levar por diante o projecto de fazer ali uma escola, fiéis, portanto, à intenção da benfeitora, Dona Maria Carolina de Sousa Lara, que, um dia (e isso foi recordado nas cerimónias de sábado), em 1952, bateu à porta do gabinete do Padre Bartolomeu Valentini, então director da Escola do Estoril, e – transcrevo o testemunho do sacerdote – «me convidou a ir dar um passeio: meti-me no seu carro e ela trouxe-me a Manique, que eu nem sabia onde era. Mostrou-me uma quinta enorme, fantástica, muito bem organizada, com uma vacaria, poços e um pomar: ‘Isto agora é tudo seu, faça o que quiser! Se quiser vender esta noite, pode vender!’».
            Ali funcionou, pois, entre 1970 e 1980 um posto de telescola; e, depois de 1980, o ensino directo: escola básica, primeiro, e pouco depois secundária também.
            No sábado, houve cerimónia evocativa no moderno auditório junto às piscinas, com a presença de uma centena de amigos, antigos alunos, alunos, docentes e colaboradores (aos mais diversos níveis). O salesiano D. Joaquim Mendes, que chegou a ser director da Escola e ora exerce a missão de bispo auxiliar de Lisboa, historiou, a traços largos, a vida da instituição. O provincial, Padre Artur Pereira, congratulou-se com a actividade de excelência aqui desenvolvida e, a terminar, o Director, Padre David Bernardo, agradeceu as presenças e salientou como o trabalho feito resultava do esforço conjunto de toda uma vasta e dedicada equipa.
            Seguiu-se a Eucaristia, celebrada por D. Joaquim Mendes e concelebrada por mais de duma dezena de sacerdotes salesianos (alguns dos quais vindos de outras casas da Congregação). O almoço coroou, depois, em convívio, uma comemoração sentida.

Publicado em Cyberjornal, 04-10-2013:
http://www.cyberjornal.net/index.php?option=com_content&task=view&id=18914&Itemid=67
Transcrito no Boletim Salesiano nº 541 (Novembro/Dezembro 2013), p. 24-25.

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