Com
a presença de mais de uma centena de amigos do autor, a sessão de apresentação
decorreu na tarde de sábado, 1 de Fevereiro, no auditório do Centro de Apoio Social
de Oeiras. Presidiu o Sr. Coronel João Marquito, que, depois de breve alusão à missão
do Centro e às dificuldades que se houve de vencer para o erguer e, agora, para
o manter, referiu quanto carinho ali se procura ter para com todas as
iniciativas do concelho, nomeadamente as culturais, pelo que agradeceu vivamente
a escolha que fora feita para ser cenário desta cerimónia.
A apresentação
José
Miguel Júdice começou por afirmar que livros como este não são, vulgarmente,
mais do que mero relatório, raras vezes bem escritos, e que, por isso mesmo,
depois de umas semanas desaparecem.
No
caso vertente, porém, embora sendo, de facto, uma prestação de contas, o relato
de 24 anos de serviço público, é seu autor alguém que escreve bem («o que se
torna cada vez mais raro», sublinhou); descreve, com base no poder local, um
período decisivo da história de Portugal (José Miguel Júdice recordou que presidia
à Distrital do PSD aquando da 1ª candidatura de Isaltino de Morais à Câmara de
Oeiras, que incondicionalmente apoiou); o livro ajuda, pois, a compreender o
que se passou. O que é o poder? Um monstro bifronte simultaneamente atraente e repelente.
E este livro consagra-se, assim, como uma história muito bem feita dos bastidores
do poder de Isaltino, «um autarca paradigmático, magnífico, excelente», disse.
Muitos
livros, agora, servem para combater a insónia e deixam-se da mão quando a insónia
passa; este, garantiu José Miguel Júdice, não vai morrer após a insónia ter
passado, atendendo à forma como está feito. Sente-se nele, latente, um certo desgosto,
mas não há qualquer ajuste de contas, porque – e esta foi a segunda grande
ideia que quis deixar – é «o livro de uma pessoa muito bem educada» e, hoje, a
boa educação é, também ela, cada vez mais rara.
As declarações do autor
Macedo
e Sousa agradeceu o pronto acolhimento dado pela direcção do C. A. S. Outro e
as palavras de José Miguel Júdice.
Quanto
ao livro, considerou-o um contributo para a história do concelho, escrito já
com algum distanciamento em relação aos factos narrados (já saiu da Câmara há
oito anos) e, também, uma espécie de elo libertador, como que o encerrar de um
capítulo, um exercício de memória sobre as reflexões feitas, donde se sai com a
convicção de que para cada problema há várias soluções e nem sempre a que escolhemos
pode ser a melhor ou a definitiva. Trata-se, em seu entender, de uma reflexão
por vezes «muito intimista, sim, mas caldeada pelo tempo, uma espécie de
‘conta-me como foi’, para melhor se perceber como é que as coisas aconteceram».
«Oeiras foi um marco na minha vida, em que sobressaiu o facto confiança: como
se constroem e evoluem as relações de confiança».
Explicou
ainda Luís Macedo e Sousa que o livro surge agora porque preferiu esperar por
um período pós-eleitoral, relativamente ‘morto’ do ponto de vista da cena
política, dado que «não tem por objectivo interferir seja no que for». Os seus
objectivos foram: a participação cívica (não outra) e apresentar um testemunho
tanto quanto possível despido de emoções, «uma reflexão sobre a natureza humana
e a forma como se reage».
Terminou
com um voto: «Que a sua leitura esteja em linha com o prazer que me deu em
escrevê-lo».
Sobre Oeiras –
Comunicação e Caso de Sucesso? (1982-2006) é edição de autor (ISBN –
978-989-20-4459-0); tem 192 páginas; e os capítulos em que se divide são:
«Oeiras em democracia», «mudança tempestiva», «estrutura e política municipal
de comunicação», «políticas, perplexidades e comunicação aplicada», «contexto e
protagonistas», «o princípio do fim».
Vou
ler, na certeza de que muito aprenderei também!
Publicado em Cyberjornal, edição de 03-02-2014:
Sem comentários:
Enviar um comentário