Maria
Helena Ventura, natural de Coimbra, vive em Cascais há muitos anos e este seu
romance acaba, naturalmente, também por se fazer eco dalguns dos ambientes
cascalenses. Claro, a acção passa-se em Estocolmo, em jeito de investigação jornalística
e policial, ou não fosse a autora licenciada em Jornalismo e tivesse feito mestrado
em Sociologia da Cultura. Não se dirá que Nobel entra aqui como Pilatos no credo,
porque tudo gira, obviamente, em torno da atribuição dos prémios Nobel e de uma
eventual atmosfera de intriga que se supõe passível de existir em torno da
atribuição desses prestigiados prémios da Academia Sueca. Será?
Inscrita
de pleno direito no rol dos escritores portugueses, Maria Helena Ventura publica
poesia desde 1983, mas desde 1999 é o romance com mais ampla conotação histórica
que a vem seduzindo, perita como é na investigação biográfica e no
posicionamento das suas personagens nos ambientes reais em que viveram.
Recorde-se que, embora nas Edições Saída de Emergência – uma editora sediada em
S. Pedro do Estoril – o seu Afonso o
Conquistador venha, com data de Maio de 2014, indicado como sendo 1ª
edição, esse romance sobre Afonso Henriques já teve, pelo menos, mais umas quatro
edições, desde 2007. Mereceram-lhe, porém, atenção, a Rainha Santa (Onde vais, Isabel? – 2010), Jesus Cristo
(Um Homem Só - 2010), A Musa de Camões (2010), Orson Welles
(2011)…
E se nos
demais, a narrativa nos prende do princípio ao fim, uma vez que a autora
prefere ir desvendando os segredos aos poucos, um apontamento aqui, outro mais
além… este Desculpe Sr. Nobel intriga
ainda mais:
«Mas quando
ninguém é quem parecer ser, e tão longe da segurança a que se habituou em Portugal,
Joana mergulha numa espiral de traição e perda, mas também de esperança por um
recomeço onde menos se esperava» – escreveu-se no final do texto de apresentação
do volume. A fim de não se resistir à tentação da leitura!
Publicado em Cyberjornal, edição de 2014-09-18:
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