‒
Se não tem endereço electrónico, o senhor não existe, como é que eu lhe posso
enviar o contrato para assinar?!...
O
homenzinho meteu a viola no saco, contou os cêntimos e, dia após dia, foi-os
investindo na compra de fruta até que, anos passados, se tornou num potentado
na distribuição da fruta naquele Estado. Lembrou-se, então, de que seria bom fazer
seguro, não fosse o Diabo tecê-las! E a cena foi a mesma:
‒
Não tem endereço electrónico e é o proprietário de uma frota destas? Já pensou
o que seria se tivesse endereço electrónico?!...
‒
Sim, já pensei: era jardineiro da Microsoft!...
Lembrei-me
da história quando, outro dia, ao pretender enviar uma mensagem a todo o Executivo
de uma Câmara Municipal portuguesa, me apercebi – consultando a página – que, dos
seus cinco membros, não constava de dois, aqueles a que não tinham sido
atribuídos pelouros (certamente por serem da oposição), o respectivo endereço
electrónico. Nem telefone de contacto. Achei deveras… curioso!
Claro:
‘curioso’ é eufemismo meu!
E
das duas uma:
‒
ou não tem direito a endereço electrónico porque não querem e, aí, fez bem o
Povo em não lhes dar grande confiança, porque, assim, nem sequer lhes podem
fazer chegar reclamações, pois oposição que se preza deve ter opinião e fazer oposição;
‒
ou não têm direito porque o partido eleito lhes negou tal possibilidade e, aí,
não percebo como é que o(s) partido(s) da oposição se não rebelaram, não vieram
já para a praça pública, a verberar um despotismo que, em pleno século XXI, se
cria erradicado do País. Aliás, tanto o partido ganhador como o(s) perdedor(es)
não merecem, a meu ver, a mínima confiança, ao pactuarem com a situação!
Na
página de uma outra Câmara Municipal, a situação é idêntica, mas num outro
sentido: só os cinco membros do Executivo do partido ganhador têm direito a
fotografia; os outros dois… não!... Ora toma!
Publicado
em Renascimento
(Mangualde), nº 645, 01-09-2014,
p. 11.
Sem comentários:
Enviar um comentário