sábado, 28 de março de 2015

Uma exposição, dois países!

Painel identificativo da exposição sobre a Lusitânia romana
            Mostrar como a Lusitânia romana, ainda que com capital em Mérida, envolveu dois países é o objectivo da exposição oficialmente inaugurada, com pompa e circunstância, no Museo Nacional de Arte Romano, de Mérida, ao final da tarde de segunda-feira, 23 de Março.
            Presentes as mais altas individualidades da Cultura de Portugal e de Espanha (os secretários de Estado português e espanhol, o embaixador de Portugal no país vizinho), os responsáveis pelos organismos governamentais da Cultura aos mais variados níveis, arqueólogos de Espanha e de Portugal...
            Estará patente nesse museu até ao Verão, prevendo-se a sua abertura, em Setembro deste ano, no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.

            No acto solene, sublinharam quantos intervieram o alcance da iniciativa, uma vez que vem na sequência de uma série de outras, nomeadamente a nível do intercâmbio de investigação arqueológica e documental, a alicerçar uma relevante colaboração institucional, que paulatinamente se tem consolidado ao longo das últimas três décadas.

Glandes (projécteis) de chumbo
            Dir-se-á, por exemplo, que ao catálogo da exposição em que estão artigos de investigadores espanhóis e portugueses – foi dado o nº 9 da série Studia Lusitana, série em que também essa comunidade bilingue está bem patente.
           São perto de 400 páginas, para seguir os capítulos em que a exposição se desenvolve: «o olhar do outro» (ou seja, a Lusitânia antes dos Romanos); o contacto entre os romanos e os indígenas; a organização do território; as cidades; a sociedade; a economia e as formas de produção; a vida rural; as manifestações religiosas; a lenta transformação; e, por fim, o que os Romanos legaram a esta franja ocidental da Península Ibérica.
O armamento
A vitrina dedicada à exploração dos recursos económicos (a salga de peixe...)


Estátua do deus Silvano
 
            Ocupa a mostra diversas salas do emblemático Museo Nacional de Arte Romano, aí se apresentando mui significativas peças provenientes quer de Portugal quer de Espanha, a demonstrarem a enorme riqueza que a actividade arqueológica tem logrado descobrir e valorizar.
            Uma boa oportunidade para os muitos estudiosos que demandam Mérida se aperceberem das raízes que unem fortemente este e aquele lado do Guadiana e, também, as terras de entre Tejo e Douro.
                                                                       José d’Encarnação

Publicado em Cyberjornal, 28-03-2015:

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