A
mensagem vem, manuscrita em letra miudinha, num post-it amarelo, sobre a versão inglesa do postal de Boas Festas
deste ano, que tem por tema «Longevidade: plantas e animais».
Já
lá vamos ao tema, mas importa, antes disso, saborear a consolação do Cientista e do Professor de Coimbra que, ano
após ano, numa cruz ada ímpar, nunca
desistiu de dar testemunho em prol de um planeta melhor. Água mole em pedra
dura… e é verdade! O facto de os seus textos estarem em livros de Ensino e
serem comentados nas aulas constitui a vitória de um esforço hercúleo, sereno,
sem alardes, mas firme e rigoroso. Por isso, a primeira expressão tem de ser:
«Bem haja, Professor Jorge Paiva, pelo que nos tem ensinado e pelo enorme
exemplo que nos dá! Eu sou, com orgulho, um desses 2000 privilegiados e é com
devoção que religiosamente guardo,
desde há bastantes anos, os seus cartões!».
O cartão de Boas Festas 2015 do Prof. Jorge Paiva |
Mui
oportuno – como não poderia deixar de ser! – o tema deste ano, em que Jorge
Paiva explica, por exemplo, como é que plantas e animais se alimentam e como
conseguem, alguns deles, vida longa. Há diferenças e há semelhanças: se animais
e plantas precisam de alimentos, as plantas não comem, «porque são seres vivos capazes
de os sintetizar», enquanto os animais – entre os quais, o próprio homem – comem
plantas e outros animais: «As plantas são, pois, produtoras de biomassa; os
animais são consumidores».
Explica
depois Jorge Paiva por que mecanismos se consegue (ou não) manter a vida e
porque, não tendo acidentes vasculares (a não ser os provocados por agentes
externos), «as plantas têm vida muito mais longa do que os animais». E ficamos
com duas curiosidades: «a árvore mais velha que se conhece é um pinheiro […]
que tem cerca de 5065 anos», nos Estados Unidos; e se nenhum animal vive mais
do que 300 anos, sabe-se que morreu, em Março de 2006, uma tartaruga de Aldabra
com 255!
Moral
da história, que é, no fundo, como nas fábulas, o apelo mais importante:
«Que
a época festiva do final do ano ilumine a consciência humana e não se derrubem
árvores, produtoras de biomassa, despoluidoras e fábricas de oxigénio».
José d’Encarnação
Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 676, 01-01-2016, p. 16.
Interessante comentário
ResponderEliminarSo Podia ser nascido do professor doutor José d'Encarnacao